O número de focos de calor em Mato Grosso até 11 de setembro deste ano já superou em 20% o total de focos de todo o ano passado. Somente nos últimos sete dias, a média foi de 630 novos focos por dia. O total entre 5 e 11 de setembro foi de 4.409 novos registros – bastante superior à semana anterior, com 1.915 focos de calor registrados em sete dias. A seguir neste ritmo e considerando que a estação chuvosa ainda está longe de iniciar, é possível que o número de focos chegue a 35 mil ocorrências, o que seria o maior número em um ano desde 2010.
Entre as unidades de conservação, as que protegem o Cerrado são as mais afetadas pelas queimadas até agora. O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães fechou nesta semana para visitação devido ao risco oferecido pelo fogo dentro do parque. A estimativa é que o fogo já tenha consumido 5 mil hectares de vegetação.
Biomas e categorias fundiárias
Cresce o número de ocorrências no Cerrado, que já responde por 39% do total. O bioma Amazônia tem 58% e os outros 3% estão no Pantanal. Colniza dificilmente deixará a posição de liderança como município com o maior número de ocorrências – já são 1,5 mil desde 15 de julho, quando o uso de fogo para manejo agropecuário é proibido pelo Estado. É seguido por Aripuanã, Nova Bandeirantes e Apiacás, todos da região Norte e Noroeste.
Imóveis rurais cadastrados respondem por 45% do total de registros de focos de calor desde o início do período de proibição; 25% são áreas não cadastradas e 6% em assentamentos da reforma agrária.
Os dados são do satélite de referência adotado pelo INPE compilados até 11/09.
Mapa de focos de calor em Mato Grosso em 2019:
Mapa de focos de calor em Mato Grosso no período de proibição:
Manchas de fumaça sobre Mato Grosso
Atualização em 06/09/2019, 10h
Foram 1.915 focos de calor registrados nos últimos 7 dias. O total acumulado desde 01/01 subiu para 17.633 focos de calor, 74% de aumento em relação a 2018. É possível que durante o final de semana se supere o número total de focos de calor registrado em todo o ano de 2018 em Mato Grosso. Nada indica que o ritmo de aumento de focos desacelere. A estação seca deve durar até meados de outubro. No período proibitivo já são 10.183 focos de calor, 104% de aumento em relação ao ano passado. O bioma Amazônia segue o mais atingido, com 61% do total de focos do ano. Colniza permanece como o município com o maior número de ocorrências, respondendo por 11% do total de focos desde o início do ano e por 24% no período proibitivo. Em relação as categorias fundiárias, nos imóveis rurais cadastrados ocorreram 56% do total de focos de calor desde o início do ano.As terras indígenas estão sendo proporcionalmente mais atingidas nas duas últimas semanas, aumentando sua parcela de ocorrência de focos de calor para 17% desde o início do ano e por 21% no período proibitivo. Os dados são do satélite de referência adotado pelo INPE compilados até 04/09.
Atualização em 29/08/2019, 10h
Subiu para 15.718 o total acumulado de focos de calor em Mato Grosso desde 1º de janeiro de 2019. Somente nos últimos nove dias, foram 2.036 novos focos de calor. O aumento em relação ao mesmo período do ano passado, de janeiro até 28 de agosto, já é de 90%. Amazônia segue sendo o bioma mais atingido, com 63% do total de focos do ano. Somente no período de proibição, iniciado em 15 de julho, Mato Grosso acumula 8.268 focos de calor 175% de aumento em relação ao ano passado. As regiões Norte e Noroeste de Mato Grosso são as mais afetadas. O município de Colniza permanece na triste liderança, com 10% do total de focos desde o início do ano e 22% das ocorrências no período de proibição. Aripuanã também permanece no topo, com o segundo maior número de focos no período de proibição de uso do fogo em Mato Grosso. Em relação as categorias fundiárias, as áreas não cadastradas aumentaram sua parcela de focos, sendo 20% desde o início do ano e por 29% desde 15 de julho. Os imóveis cadastrados no CAR, no entanto, permanecem com a maior fatia de focos de calor desde o início do período de proibição de uso do fogo, 45% do total. O número de casos em terras indígenas é preocupante. A mais afetada é a Terra Indígena Paresi, com 338 focos. acumulados desde janeiro, seguida pela TI Pimentel Barbosa (289), Parabubure (267), Parque Indígena do Xingu (251) e Areões e Maraiwatsede, cada uma com 199 focos de calor acumulados desde janeiro. Entre as unidades de conservação, os cinco mais afetados são o Parque Estadual Serra de Ricardo Franco e o Parque Estadual Serra de Santa Bárbara, próximos à divisa com a Bolívia, o Parque Estadual do Araguaia no Leste de Mato Grosso, a Estação Ecológica do Rio Roosevelt, no Noroeste e o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, próximo a Cuiabá.
Atualização em 22/08/2019, 17h
De janeiro a agosto de 2019 Mato Grosso acumula mais de 13 mil focos de calor, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE. É 87% a mais do que no mesmo período do ano anterior e 205% a mais se considerarmos apenas o período de proibição de queimadas, iniciado em julho. Do total desde janeiro, 60% dos focos de calor foram em áreas privadas registradas no Cadastro Ambiental Rural. No bioma Amazônia, os municípios com maior número de focos estão no Noroeste do estado, seguindo a mesma tendência de dados do desmatamento ilegal. Colniza é o campeão disparado, com 1.076 focos acumulados, sendo 1.049 registrados desde o início do período proibitivo em 15 de julho. Em seguida vem Aripuanã, com quase metade das ocorrências de Colniza. No bioma Cerrado, Paranatinga acumula o maior número de focos de calor.As queimadas ocorrem principalmente nas propriedades particulares. Desde janeiro, 60% dos focos de calor foram em áreas privadas registradas no Cadastro Ambiental Rural, 16% em Terras Indígenas e 1% em Unidades de Conservação.