“Muitas pessoas vivem de três a cinco anos sem saber que possuem a doença”, alerta a endocrinologista Tatiana Valente. Porém, os sintomas nem sempre estão relacionados apenas à sede excessiva, fome, perda de peso, fraqueza intensa e sonolência. O aparecimento de manchas escuras com textura aveludada também está vinculado ao transtorno.
Essa alteração na pele é conhecida como acantose nigricans, doença dermatológica caracterizada por lesões de cor cinza e engrossadas. Uma grande variedade de distúrbios endócrinos, metabólicos e genéticos pode contribuir para o desenvolvimento da acantose.
De acordo com a endocrinologista da Unidade de Diabetes do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP, Marcia Nery, a causa mais comum desta doença é a obesidade: “Quase sempre a acantose está relacionada à resistência à insulina, especialmente induzida pela obesidade, que é um dos fatores relacionados ao aparecimento do diabetes tipo 2.”
O dermatologista do Instituto Central do HCFMUSP, Vitor Manoel Silva dos Reis, explica que as lesões causadas pela doença surgem nas regiões de dobras, como axilas, pescoço e virilha. “De modo geral, nós utilizamos o ácido azelaico para clarear as manchas que, com o tratamento, diminuem no médio prazo. Mas, é importante ressaltar que, ao identificar o quadro, o paciente deve procurar um profissional que o ajude a tratar”, afirma.