Para este ano, a expectativa é de que sejam confinados 693 mil gado, em Mato Grosso, conforme o primeiro levantamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O volume de animais é cerca de 3% menor que a quantidade confinada em 2018.
O confinamento permite que se reduza o período de engorda do boi magro para 90 dias, aumentando a eficiência produtiva do rebanho e, consequentemente, um giro mais rápido de capital.
O confinamento é um sistema de criação de bovinos, no qual lotes de bois são alojados em uma área restrita.
Uma propriedade em Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá, já fechou o confinamento para 2019. Atualmente, são mais de 30 mil cabeças confinadas, mas a expectativa é de que até o fim do ano, no segundo giro de animais, o número ultrapasse 40 mil.
Segundo o superintendente agrícola da fazenda, Marcelo Veiga, para alimentar o gado, são quatro refeições por dia, o que soma um total de 4,5 toneladas da ração de silagem de milho, que é fabricada na própria fazenda.
“Compramos esses animais desmamados, recriamos em um ano e, em maio, os internamos em uma unidade de Campo Novo, que tem capacidade estática para 30 mil animais e em outra de Primavera do Leste com capacidade de mais de 15 mil”, explicou.
A maioria dos animais já foi vendida, o que garante uma segurança maior para cobrir os custos de produção e não ter prejuízos, já que o preço da arroba tem variações durante todo o ano.
“Usamos o sistema de boi a termo, que é o boi futuro para o frigorífico. Então, combinamos com o frigorífico, antes de confinar os animais, estipulamos um valores e fazemos um contrato de venda. Esse mecanismo de se proteger com o preço é fundamental, se errarmos na aquisição, teremos um estado negativo”, ressaltou.
Em outra fazenda, em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, o pecuarista José Renato Meirelles deve confinar 3 mil cabeças de gado.
“Nossa expectativa é de que o aumento do preço haja visto que as exportações de carne bovina estão aumentando muito, em especial para a China, que é nosso grande parceiro. Então, conforme a necessidade deles, que não é pequena, existe uma tendência de acréscimo nas exportações e, consequentemente, uma melhora nos preços”, disse.
Nesse começo de confinamento o pecuarista ainda não comercializou o gado, mas possui um acordo de venda com um frigorífico da região. O motivo da espera é que o preço da arroba do boi gordo, que ainda não é o ideal, e o preço do milho, que é o principal ingrediente para a ração dos os animais, está alto.
“O preço remuneratório para essa safra seria a venda de uma arroba na casa dos R$ 160, visto que os preços do milho, que é o ingrediente mais utilizado no confinamento, começaram a ter uma alta significativa”, pontuou.