Depois de um dia exaustivo de trabalho, de horas em rondas zelando pela segurança da população, muitas vezes atendendo casos de violência que gostariam que nenhum ser humano vivenciasse, elas, as mães policiais miltares, voltam para casa.
No lar, retomam a rotina da maternidade, uma maratona de tarefas que inclui o preparo do alimento, do banho, o auxílio nas atividades escolares e tantas responsabilidades impostas pela maternidade.
Neste Dia das Mães, como forma de homenagem, aqui estão duas histórias de mulheres que compartilham a maternidade e o trabalho policial, a cabo Natalia Aparecida Silva Antunes, 32 anos, e a tenente Késsia Adriane Ferraz Gasparotto, 26.
Lotada no 19º Batalhão de Polícia Militar de Tangará da Serra(246 km de Cuiabá), unidade do 7º Comando Regional, Natalia é a policial, cabo da PM, quando está nas ruas, atuando na segurança. Em casa, é a mãe da Ana Júlia, de 6 anos, e madrasta do Ryan, de 16 anos.
Para Ana Júlia, o fato de a mãe ser policial militar e as vezes ir fardada buscá-la na escola parecer ser um motivo a mais de orgulho. Ela fica vaidosa, mostra para as amigas e até brinca que também prende bandidos. E que nos eventos da PM, assim como dezenas de filhos de policiais, Ana Júlia também usa farda, que os pais mandaram fazer sob medida.
Orgulhosa da filha e do enteado, Natália planeja aumentar a família. “Estamos tentando”, confidencia. Ela e o marido Wanderley de Almeida Leite, que também é policial militar, tentam manter uma rotina que garanta que um dos dois esteja de folga, em casa, no controle das atribuições domésticas e dos filhos, enquanto o outro cumpre escala de plantão no policiamento.
Quando a escala coincide, Natalia diz que a situação se complica. Aí o jeito é recorrer à família do marido, que é toda de Tangará da Serra, já que a dela vive em Goiás, precisamente na cidade de Aparecida de Goiânia.
Mais de 10 anos depois de ter saído de casa sozinha para fazer o concurso da PM de Mato Grosso, de trabalhar como policial em diversas cidades atendendo os mais diversos tipos de chamados, de casar e começar a convivência matrimonial com um enteado, ter a Ana Júlia e planos de aumentar a família, Natália faz sua própria análise: ”estou feliz, sou mãe, tenho a profissão que gostaria de ter, estou com pessoas que amo e onde gostaria de estar”.
Em Cuiabá, a tenente Késsia, mãe do pequeno Antônio, de um ano e três meses, espera o segundo filho, o Mateus. Grávida de três meses, Késsia atualmente serve na Escola Superior de Formação e Aperfeiçoamento de Praças(Esfap).
Ela conta que ser policial era sua segunda escolha. Inicialmente queria fazer faculdade de Direito, mas a aprovação para o CFO (Curso de Formação de Oficiais) a deixou feliz. “Não me vejo em outra profissão, em outro lugar”, enfatiza.
O orgulho da profissão se mistura com o da maternidade, um sentimento que ela e o marido Everton Bespalez, também tenente da PMMT, expressam até nas vestes do Antônio. Desde recém-nascido também usa farda em eventos especiais da Polícia Militar.
Para a tenente Késsia, o retorno da população, o reconhecimento profissional e saber que pode fazer algo importante pelo outro, tudo isso a fazer orgulhar da carreira militar e ter a certeza de que apoiará os filhos se eles escolherem ser policiais. “Se o Antônio for policial vou ficar orgulhosa, muito contente”, completa, enquanto fita os olhos do filho.
A tenente Késsia, grávida do Mateus, paramentou o pequeno Antônio como policial militar(Foto: Athos/CCSMI-PM