Boas práticas e fortalecimento do processo de inovação nas instituições foram os temas principais abordados durante o evento “Summit MTI – Vale do Silício”, realizado pela Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI) em parceria com o Instituto Fenasbac, nesta segunda-feira (22).
O “Summit MTI – Vale do Silício” contou com uma palestra do head de Inovação do instituto, Rodrigoh Henriques, que passou por uma imersão durante três semanas no Vale do Silício (EUA), considerado o berço da maior parte das grandes empresas de tecnologia do mundo, onde conseguiu verificar e aprender como é realizado o processo de inovação nessas empresas.
“Viemos compartilhar a nossa experiência no Vale do Silício para entender com mais profundidade como funciona a inovação. Conseguimos experimentar e vivenciar no local como ela é feita e como pode ser aplicada, quais são os ingredientes necessários para que possamos, inclusive, trazer tudo isso para o Brasil e para Mato Grosso“.
Segundo Rodrigoh, o Vale do Silício é considerado o ambiente mais inovador do planeta pelos seguintes diferenciais: a região concentra ao menos 15 mil statups, possui um fluxo muito grande de capital de risco, há um sentimento de inconformismo na região e a vontade de quebrar os paradigmas “muito grande e o tempo todo”, além de estar cercada das maiores universidades do mundo e possuir um “celeiro de talentos”.
No Vale do Silício, Rodrigoh visitou algumas das maiores organizações, como as empresas Plug and Play, Airbnb, Udemy, Amazon Go, Brex, HP, Tesla, Pay Pal e Netflix. Nessas empresas, Rodrigoh percebeu como cada uma atua, não apenas no processo de inovação, mas também na construção deste processo, desde a escolha de profissionais “dispostos, esforçados e inteligentes”, até a discussão das ideias sem o preciosismo de quem é ou não o dono da ideia, mas focado em quem é capaz de executar e transformá-la em um produto.
“Nesses locais quem você é ou de onde você veio importa muito menos do que se você é capaz de fazer. Uma coisa que eles falam é para “rasgar seu cartão de visita, tirar esse título daí. O importante é se você ficou conhecido por ter feito algo dentro da empresa”. Lá as pessoas trocam ideias e têm opiniões muito diferentes e discutem fervorosamente a opinião delas, sem deixar que isso seja pessoal. O bacana é que nesses ambientes você entende que depois das discussões as ideias saem fortalecidas. Eles não têm medo de contar as ideias, pois eles sabem que o grande poder está na execução”, afirmou o head de Inovação.
Ainda segundo Rodrigoh, essas empresas também têm um grande diferencial, que é dar autonomia ao profissional para que ele possa inovar. Inclusive existem empresas como a Pay Pal, que possuem programas para transformar as ideias em patentes, de forma a estimular o profissional a criar novos produtos.
“Às vezes você acha que está dando autonomia e a pessoa não está dando nada em retorno, mas ela está dando responsabilidade. E as pessoas são muito cobradas por resultados. Você não tem muito mais essa diferenciação na discussão de trabalhar por resultados, ou trabalhar pelo propósito. Você trabalha pelos dois o tempo todo, você tem que estar alinhado com a visão maior da empresa em que você trabalha, mas ao mesmo tempo tem que ser um gerador de resultado”, disse.
Para finalizar, o head de Inovação destacou que só são considerados inovadores os processos cujos resultados consigam alcançar a população ou o segmento para os quais eles são destinados e que vão além das empresas.
“A prova final da inovação é o uso real pelas pessoas. A inovação não é só processo criativo, novidades ou tecnologias novas. Inovação é se isso ajuda, se o que você fez resolve o problema de um grupo de pessoas a ponto de elas usarem aquilo de verdade. No final das contas, inovação vai ser o uso. Se as pessoas usarem, você inovou. Se as pessoas abandonarem seu processo, você não inovou de verdade”.