Uma fiscalização realizada na semana passada, pelos Conselhos Federal (Cofen) e Regional de Enfermagem (Coren), aponta Mato Grosso como um dos piores estados em termos de precariedade nas unidades públicas de Saúde. Foram visitadas 17 hospitais em todo o estado.
Segundo a chefe de fiscalização do Cofen, Michely Filete, os fiscais ficaram assustados com a situação enfrentada pelos pacientes.
“Mato Grosso, com certeza, foi um dos estados que nos assustou muito, porque a gente identificou que embora o serviço esteja sendo prestado à população, existe um nível muito primário de organização em todos os setores. Isso reflete no descaso em relação à estrutura física e até em pagamentos de salário”, destacou.
Somente no Pronto Socorro de Cuiabá, foram registradas 12 irregularidades. Comunicados emitidos pela equipe do hospital à Secretaria Municipal de Saúde informam que a unidade não tem condições de receber novos pacientes.
Ainda segundo os profissionais que atual na unidade, a secretaria também foi comunicada de que havia pacientes há 36 horas sem trocar curativos por falta de insumos básicos.
Com relação à situação apontada pela fiscalização no pronto-socorro, o secretário municipal de Saúde, Luiz Antônio Possas de Carvalho disse que não tinha conhecimento da falta de material, insumos e medicamentos na unidade. Ele afirmou que vai tomar atitudes para sanar os problemas citados.
Sobre as unidades de atenção básica e secundária, que são de responsabilidade do município, o secretário informou as irregularidades serão apuradas.
A vice-presidente e conselheiro do Coren, Lígia Arfeli, destacou que o número de pacientes é excessivo, enquanto a quantidade de profissionais para atender é insuficiente.
“Há pacientes em macas inadequadas, os medicamentos são insuficientes, equipamentos também são poucos. Além disso, a superlotação e a falta de dimensionamento da equipe de enfermagem, só prejudica a assistência e não garante uma boa qualidade nem pra quem está internado e nem pra quem vai chegar daqui a pouco”, ressaltou.
Ao todo, 17 unidades de saúde foram fiscalizadas no estado e todas as irregularidades encontradas vão compor um relatório elaborados pelos conselhos.
Com relação às informações disponibilizadas no levantamento, o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, disse que algumas medidas para solucionar os problemas já estão sendo tomadas.
“Uma das medidas que já estamos tomado é a elaboração de edital de processo seletivo simplificado para contratação no hospital de Sinop”, informou o secretário.