O mercado de frete para produtos agrícolas permaneceu em ritmo lento ao longo do mês de novembro, conforme aponta o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O cenário reflete o período de transição entre o encerramento da safra 2024/2025 e o início ainda gradual da temporada 2025/2026, quando o volume de cargas transportadas tende a ser menor e a demanda por caminhões se mantém contida nas principais regiões produtoras do país.
De acordo com a Conab, as cotações do transporte agrícola registradas no período mostram estabilidade na maior parte das rotas acompanhadas, sem pressões significativas sobre os preços. Esse comportamento é considerado típico para esta época do ano, marcada por menor intensidade de escoamento da produção e pela reorganização logística dos agentes do setor, que se preparam para o início das colheitas das culturas de primeira safra, especialmente soja e milho.
A estatal destaca que a tendência é de mudança nesse cenário a partir do avanço da colheita, quando a demanda por transporte rodoviário aumenta de forma expressiva. Historicamente, o início da colheita das culturas de verão provoca elevação na procura por frete, reduz a oferta de veículos disponíveis e gera oscilações nos preços, principalmente nas rotas que ligam as regiões produtoras aos principais corredores de exportação.
O comportamento do frete agrícola é um dos principais componentes do custo logístico do agronegócio brasileiro, influenciando diretamente a rentabilidade do produtor e a competitividade dos produtos no mercado interno e externo. Em estados com grande produção de grãos, como Mato Grosso, o transporte representa parcela significativa do custo total da atividade, o que torna o acompanhamento dessas variações essencial para o planejamento da safra.
O Boletim Logístico da Conab reforça que fatores como condições climáticas, concentração da colheita em determinados períodos e disponibilidade de infraestrutura viária também exercem forte influência sobre o mercado de fretes. Em anos de colheita mais concentrada, a pressão sobre os preços tende a ser maior, enquanto janelas mais longas de escoamento costumam suavizar os impactos.
Além de analisar as cotações do transporte, o Boletim Logístico da Conab se consolidou como uma das principais ferramentas de acompanhamento da logística do setor agropecuário brasileiro. A publicação mensal reúne informações de dez estados produtores, oferecendo um panorama detalhado sobre o desempenho das exportações, a movimentação de cargas nos portos, a utilização das principais rotas de escoamento da safra e a dinâmica dos corredores logísticos que sustentam o agronegócio nacional.


















