O número de casos confirmados de gripe K em Mato Grosso do Sul subiu para 12, após a confirmação de nove novos registros da doença. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (22) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).
A gripe K é causada por um novo subclado do vírus Influenza A (H3N2), conhecido como subclado K, que apresenta mutações na proteína do vírus. Segundo especialistas, esse tipo de alteração é considerada natural no ciclo evolutivo dos vírus influenza.
Casos estão sob investigação epidemiológica
De acordo com a SES, todos os novos casos seguem em investigação epidemiológica, com coleta de informações complementares junto aos municípios onde os pacientes residem. Os registros são de moradores de Campo Grande, Costa Rica, Nioaque, Ponta Porã e Três Lagoas.
Os pacientes têm idades que variam de 3 meses a 87 anos, incluindo bebês, crianças, adultos e idosos, o que reforça a ampla circulação do vírus entre diferentes faixas etárias.
Especialista explica a variante
O infectologista Julio Croda explicou que a gripe K resulta de uma alteração antigênica que reduz a imunidade coletiva, favorecendo maior disseminação.
“A circulação de novas variantes do vírus influenza é algo natural. Quando surge um subclado novo, a população tem menos imunidade, o que facilita a propagação”, afirmou o especialista.
Vacina segue sendo fundamental
Embora o subclado K não tenha circulado anteriormente, o que pode reduzir a eficácia da vacina contra a infecção, as autoridades de saúde reforçam que o imunizante contra a gripe continua essencial, principalmente para evitar casos graves, hospitalizações e mortes.
“Mesmo em situações de ‘mismatch’, quando a vacina não corresponde exatamente à variante circulante, ela ainda oferece proteção importante contra complicações”, destacou Croda.
Sintomas e sinais de alerta
Até o momento, não há indícios de que a gripe K provoque sintomas mais prolongados do que outras gripes. Em geral, os sintomas duram entre três e sete dias e incluem febre, tosse, dor no corpo e cansaço.
No entanto, sinais como febre alta persistente, falta de ar, prostração intensa ou piora do quadro clínico exigem atenção médica imediata, especialmente em crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades.
Situação dos primeiros casos
Os três primeiros pacientes diagnosticados com gripe K no Estado — um bebê de cinco meses e dois idosos, de 73 e 77 anos — já estão recuperados e receberam alta hospitalar. Apenas um deles apresentou comorbidades e evoluiu para síndrome respiratória aguda grave, necessitando de internação.
Medidas de prevenção
A Coordenadoria de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) reforçou orientações para prevenção da doença, como:
- Evitar aglomerações
- Manter ambientes ventilados
- Usar máscara em caso de sintomas gripais
- Higienizar as mãos com frequência
- Evitar contato com grupos de risco ao apresentar sintomas
Pacientes com sintomas leves devem procurar unidades de atenção primária, enquanto casos com falta de ar ou agravamento devem buscar serviços de urgência e emergência.
Vacinação em Mato Grosso do Sul
Segundo o Governo do Estado, 1.103.949 doses da vacina contra a gripe já foram aplicadas em Mato Grosso do Sul. Entre os grupos prioritários, a cobertura vacinal alcançou 61,02%, índice que ainda pode ser ampliado.
A vacinação segue disponível para toda a população a partir dos seis meses de idade nas unidades de saúde do Estado.
























