Preço do leite ao produtor registra sétima queda mensal consecutiva e acumula desvalorização de 14,1% em 2025

Cepea aponta média de R$ 2,2996/litro em outubro, com recuo de 5,9% ante setembro; excesso de oferta e demanda fraca por derivados indicam que tendência de baixa deve persistir

Fonte: CenárioMT

Preço do leite ao produtor registra sétima queda mensal consecutiva e acumula desvalorização de 14,1% em 2025
Foto: Reprodução

O cenário para o produtor de leite segue desafiador. Pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que o preço pago ao produtor em outubro fechou a R$ 2,2996 por litro na Média Brasil. O valor representa uma queda de 5,9% frente a setembro e uma desvalorização real de 21,7% na comparação com outubro de 2024, após ajuste pela inflação (IPCA). Esta é a sétima baixa mensal consecutiva.

Apesar da consistente desvalorização real de 14,1% no acumulado de 2025, o excesso de oferta ainda sustenta a expectativa de agentes de mercado de que o movimento de queda deve persistir até o final do ano.

Derivados também em trajetória de baixa

A pressão de baixa se estende à indústria. Os preços dos derivados lácteos caíram em novembro, marcando o terceiro mês seguido de desvalorização, conforme levantamento do Cepea com apoio da OCB. O aumento na captação de leite e a demanda enfraquecida foram os principais fatores para a queda.

Comércio exterior: menor déficit

Em meio ao cenário de preços em queda, o déficit comercial do setor recuou em novembro. As importações de lácteos diminuíram quase 15% na comparação com outubro, somando 182,98 milhões de litros em equivalente leite. Já as exportações cresceram 8,57% no mesmo período, totalizando 4,94 milhões de litros. Na comparação anual (novembro/25 vs novembro/24), as importações caíram 12,69%, enquanto as vendas externas avançaram 1,25%.

Custos em alta pressionam margens

Enquanto a receita cai, os custos seguem trajetória oposta. O Custo Operacional Efetivo (COE) do produtor registrou nova alta em novembro, de 0,22% na média Brasil. Apesar da desvalorização da ração, o aumento nos demais grupos de insumos puxou o indicador para cima. O comportamento foi heterogêneo entre os estados: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul tiveram elevação nos custos, enquanto Santa Catarina e São Paulo registraram queda.

A combinação de preços em queda persistente e custos em alta comprime ainda mais as margens do produtor, consolidando um ano financeiramente difícil para a pecuária leiteira nacional.

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Jornalista formado (DRT 0001781-MT), atua no CenárioMT na produção de conteúdos sobre política, economia, esportes e temas do agronegócio em Mato Grosso. Com experiência consolidada na redação e apuração regional, busca entregar informação clara e contextualizada ao leitor. Aberto a pautas e sugestões. Contato: [email protected] .