Durante a inauguração da Ponte Internacional da Integração Brasil–Paraguai, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da cooperação entre nações e criticou posturas que priorizam conflitos em vez de integração. Segundo ele, enquanto alguns países erguem muros, Brasil e Paraguai apostam no diálogo e na paz para fortalecer relações.
A nova ponte possui 760 metros de extensão, com vão-livre de 470 metros — o maior da América do Sul — e duas pistas simples de 3,6 metros de largura cada. A estrutura conecta Foz do Iguaçu à cidade paraguaia de Presidente Franco.
Lula informou que o presidente do Paraguai, Santiago Peña, será responsável pela inauguração da parte da obra no país vizinho. O chefe do Executivo brasileiro também garantiu a atuação integrada da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Receita Federal durante a fase inicial de funcionamento. A liberação gradual do tráfego, explicou, está relacionada à conclusão da infraestrutura do lado paraguaio.
De acordo com o presidente, a expectativa é de forte impacto econômico. A ponte deve ampliar significativamente o fluxo comercial entre os dois países, com movimentação de bilhões de dólares.
Investimento e estrutura
A ponte estaiada é sustentada por duas torres de 190 metros de altura, equivalentes a prédios de cerca de 54 andares. O projeto integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e recebeu investimento total de R$ 1,9 bilhão, com recursos compartilhados entre Brasil e Paraguai.
Do montante financiado pelo governo brasileiro, R$ 712 milhões vieram da Itaipu Binacional. Desse valor, R$ 372 milhões foram aplicados diretamente na construção da ponte e R$ 340 milhões nas obras da Perimetral Leste, previstas até novembro de 2025.
O modelo de execução foi tripartite, com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) como órgão proprietário, o governo do Paraná como executor e a Itaipu responsável pelo repasse dos recursos.
A obra foi incorporada como prioridade estratégica em 2012, quando passou a integrar o PAC. Após etapas de licitação, licenciamento ambiental e projetos de engenharia, a licença ambiental foi emitida em fevereiro de 2017. A construção teve início em 2019 e foi concluída fisicamente em outubro de 2023.
Esta é a segunda ligação viária sobre o Rio Paraná entre Brasil e Paraguai, mais de 60 anos após a inauguração da Ponte da Amizade. Atualmente, a conexão existente registra fluxo diário de cerca de 100 mil pessoas e 45 mil veículos.
A nova rodovia associada ao projeto tem 14,7 quilômetros de extensão e liga a BR-277 à ponte, desviando o tráfego pesado do centro urbano de Foz do Iguaçu. A medida deve melhorar a mobilidade urbana e aumentar a segurança viária.
Segundo o governo federal, a operação será iniciada de forma gradual para garantir segurança e adaptação dos órgãos de fiscalização. Nesta primeira fase, apenas caminhões sem carga poderão atravessar, em horários definidos pela Receita Federal e pela Polícia Rodoviária Federal.
Ônibus de turismo fretados deverão ser liberados em breve. Já o tráfego completo de veículos de carga está previsto para ocorrer entre o final de 2026 e o início de 2027, condicionado à conclusão do Corredor Metropolitano del Este, no Paraguai.





















