O que muda no fornecimento de energia após meses de debates? Essa foi a pergunta que norteou o encerramento do ciclo de audiências públicas sobre a atuação da Energisa em Mato Grosso. A última reunião ocorreu na Câmara Municipal de Chapada dos Guimarães, reunindo autoridades, técnicos e moradores.
Encerramento das audiências públicas
O encontro foi conduzido pelo deputado estadual Wilson Santos, vice-presidente da comissão especial da Assembleia Legislativa que acompanha a concessão do serviço de distribuição de energia. Segundo ele, todas as contribuições serão organizadas em um relatório técnico que seguirá para o Ministério de Minas e Energia.
O documento vai subsidiar a análise sobre a renovação do contrato da Energisa por mais 30 anos, considerando o cumprimento das cláusulas contratuais e a qualidade do serviço prestado à população.
Chapada e o histórico energético
Durante a audiência, foi lembrado que Chapada dos Guimarães tem ligação direta com a história da geração de energia no estado. O município abrigou a primeira usina hidrelétrica estadual, inaugurada em 1926, responsável por abastecer Cuiabá no início da eletrificação.
Também foi citada a Usina Hidrelétrica de Manso, com potência instalada de 212 megawatts, capaz de atender uma cidade de médio porte. Apesar desse potencial, moradores e gestores relatam dificuldades no fornecimento de energia, principalmente em períodos de alta demanda.
Principais reclamações dos consumidores
Representantes do poder público municipal destacaram que as queixas mais frequentes envolvem interrupções no serviço e valores elevados nas faturas. Essas falhas, segundo os relatos, afetam diretamente setores como o turismo e a expansão de novos negócios.
- Oscilações constantes no fornecimento
- Demora no restabelecimento da energia
- Erros recorrentes de faturamento
Fiscalização e multas
A Agência Estadual de Regulação informou que mantém convênio com a Aneel para fiscalizar a Energisa. Entre 2020 e 2021, a concessionária acumulou mais de R$ 40 milhões em multas, o que levou a ajustes e melhora em alguns indicadores.
Mesmo com avanços, os problemas persistem com maior intensidade na zona rural, onde a energia elétrica apresenta falhas mais frequentes, segundo a análise técnica apresentada.
Próximos passos
O relatório final reúne depoimentos colhidos em diferentes regiões do estado, como Cuiabá, Rondonópolis, Cáceres e Várzea Grande. O material será enviado ainda em dezembro ao Ministério de Minas e Energia, que deve considerar os apontamentos antes de qualquer decisão.
A discussão sobre a Energisa segue aberta e pode impactar diretamente o futuro do fornecimento de energia no estado. O tema é estratégico para o desenvolvimento econômico e social.
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