Integração impulsiona identificação de pessoas desaparecidas em MT

Polícia Civil e Politec unificam sistemas e ampliam uso de DNA para agilizar respostas a famílias.

Fonte: da Redação

Integração impulsiona identificação de pessoas desaparecidas em MT
Integração impulsiona identificação de pessoas desaparecidas em MT - Foto: PJC

Conforme divulgado oficialmente pela Polícia Civil de Mato Grosso, a instituição integrou seus sistemas de registros de desaparecimento aos bancos genéticos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), medida que fortalece a identificação de pessoas desaparecidas e amplia a eficiência das investigações em todo o estado.

Integração de dados para respostas mais rápidas

Conforme apurado pela reportagem, a iniciativa conecta boletins de ocorrência de desaparecimento aos perfis genéticos coletados junto a familiares, permitindo cruzamentos automatizados de DNA. A medida faz parte do projeto Ampara (Atendimento Multiprofissional Para o Apoio e Respostas aos Ausentes), que tem como foco oferecer retorno mais ágil e humanizado às famílias.

Na prática, a Polícia Civil atua como porta de entrada do sistema: somente após o registro do boletim de ocorrência a vítima passa a ser oficialmente considerada desaparecida. A partir desse cadastro, o Núcleo de Pessoas Desaparecidas assume o gerenciamento das informações.

Gerenciamento e coleta de material genético

Segundo a Polícia Civil, o Núcleo realiza o levantamento contínuo dos casos ativos e identifica familiares que ainda não doaram material genético. Essas famílias são então encaminhadas à Politec para a coleta, feita mediante requisição pericial assinada por delegado.

“A inserção no sistema e o gerenciamento são feitos pela Polícia Civil. Ao longo do ano, entramos em contato com familiares das vítimas ainda não localizadas para viabilizar a coleta de DNA pela Politec”, explicou, em nota oficial, a escrivã-chefe do Núcleo de Pessoas Desaparecidas, Jannaína Paula Brito de Souza Silva.

A coordenadora do Núcleo de Identificação Humana da Politec, Késia Melo, destacou que a integração amplia o alcance do Banco de Perfis Genéticos do Estado. “Com a busca automatizada por DNA, conseguimos identificar famílias que ainda não passaram pela coleta. É um trabalho que demonstra que nenhuma vítima será esquecida”, afirmou.

A doação de DNA deve ser feita, preferencialmente, por familiares de primeiro grau:

  • pai ou mãe;
  • filhos;
  • irmãos.

O procedimento é simples, indolor e realizado por meio da coleta de saliva na parte interna da bochecha.

Tecnologia aplicada à identificação de pessoas desaparecidas

Entre os avanços tecnológicos, a Polícia Civil redesenhou o sistema Abitus, voltado ao controle de casos de desaparecimento. A nova versão incorporou funcionalidades específicas para o gerenciamento da coleta de DNA e integração ao Combined DNA Index System (Codis), utilizado em confrontos genéticos estaduais e nacionais.

Paralelamente, foram realizadas ações de divulgação para incentivar a doação de material genético, incluindo o desenvolvimento de uma landing page institucional e a veiculação de banners informativos em portais públicos.

O portal público de pessoas desaparecidas da Polícia Civil (desaparecidos.pjc.mt.gov.br) também foi modernizado e integrado ao portal nacional (desaparecidosbrasil.org), reunindo dados de todos os estados brasileiros. “Esse aprimoramento permite uma atuação mais proativa junto aos familiares”, explicou Jannaína Paula.

Identificação de pessoas vivas sem identidade

Outra inovação é a funcionalidade de Solicitação de Identificação de Pessoa Viva com Identidade Desconhecida, disponível na Delegacia Digital da Polícia Civil. O recurso pode ser utilizado por profissionais autorizados de hospitais e unidades de pronto atendimento para identificar pacientes inconscientes ou em confusão mental, evitando que sejam registrados como desaparecidos.

Quando necessário, o servidor responsável pode submeter imagens aos sistemas de reconhecimento facial e, não havendo correspondência, requisitar perícias por meio da integração com o sistema Atena, da Politec.

Por que isso importa?

A integração fortalece políticas públicas de identificação de pessoas desaparecidas, reduz o tempo de resposta das investigações e amplia o uso de tecnologias já disponíveis, oferecendo mais transparência e confiança às famílias.

Dados de contexto

  • Projeto: Ampara – Atendimento Multiprofissional Para o Apoio e Respostas aos Ausentes
  • Instituições envolvidas: Polícia Civil e Politec
  • Tecnologias-chave: Abitus, Codis, Atena e reconhecimento facial

Reportagem baseada em informações oficiais da Polícia Civil de Mato Grosso e da Politec.

Famílias que tenham parentes desaparecidos podem procurar a Polícia Civil para obter orientações sobre o cadastro e a coleta de DNA.

Para receber nossas notícias em primeira mão, adicione CenárioMT às suas fontes preferenciais no Google Notícias .
avatar-vitor
Criador de conteúdo especializado em jogos, tecnologia e notícias de Mato Grosso, é redator no CenárioMT e atua também como analista de TI. Desenvolve projetos de game design no tempo livre. Contato para pautas sobre Mato Grosso: [email protected]