A engorda de bovinos em confinamento deve continuar economicamente viável no primeiro trimestre de 2026, conforme indicam os cálculos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. A avaliação dos pesquisadores considera um conjunto de fatores que, neste momento, seguem favoráveis ao sistema intensivo, especialmente no que diz respeito aos custos de produção e às perspectivas do mercado pecuário.
De acordo com o Cepea, o principal ponto de sustentação da viabilidade está no custo da dieta, que permanece em patamares considerados competitivos para os confinadores. A alimentação representa a maior fatia dos gastos no sistema de engorda intensiva e, diante do atual cenário de preços dos insumos, o impacto sobre a margem do produtor tem sido menos pressionado, favorecendo a tomada de decisão pelo confinamento.
Outro fator determinante é a expectativa de preços firmes para o boi gordo nos primeiros meses de 2026. A combinação entre uma oferta relativamente ajustada de animais prontos para o abate e a demanda aquecida pela carne bovina contribui para a manutenção das cotações, o que reforça a atratividade econômica do confinamento no período analisado.
Os dados levantados pelo Cepea mostram ainda que, na chamada “média Brasil”, 7,54% dos abates nacionais estão programados para ocorrer nos meses de janeiro, fevereiro e março. Esse percentual indica uma participação relevante do confinamento no início do ano, período tradicionalmente marcado por desafios operacionais e de mercado, mas que, neste ciclo, apresenta condições mais equilibradas para o produtor.
Para os pesquisadores, o cenário reforça que o confinamento segue como uma estratégia importante dentro da cadeia da pecuária de corte, especialmente para produtores que buscam maior previsibilidade de resultados e melhor aproveitamento do ciclo de preços. Ainda assim, o Cepea destaca que o acompanhamento constante dos custos e do mercado continua sendo essencial para garantir a rentabilidade do sistema ao longo de 2026.
