As cotações do feijão seguem registrando oscilações distintas entre as regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, refletindo tanto a qualidade do produto ofertado quanto o atual cenário de produção no país. Enquanto o feijão carioca de melhor qualidade comercial vem sofrendo maior pressão nos preços, os lotes classificados com notas 8,0 e 8,5 encontram sustentação no mercado, impulsionados pela demanda mais aquecida por grãos livres de defeitos.
Segundo o Cepea, a preferência dos compradores por feijões com padrão superior tem garantido maior firmeza nas negociações desses lotes, mesmo em um contexto de cautela. Já os grãos com qualidade inferior enfrentam dificuldades para valorização, o que amplia a diferença de preços praticados entre os diferentes padrões do produto.
No campo, o cenário é marcado por desestímulo ao cultivo do feijão de primeira safra. Os baixos preços pagos ao produtor, aliados a condições climáticas desfavoráveis em algumas regiões produtoras, levaram muitos agricultores a reduzir a intenção de plantio. Esse movimento resultou na revisão para baixo das estimativas de área e de oferta por parte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Com isso, a oferta agregada de feijão da temporada 2025/2026 — que considera a soma das produções da primeira, segunda e terceira safras, com colheita prevista ao longo de 2026 — passou a ser estimada em 3 milhões de toneladas. O volume representa uma queda de 2,3% em relação ao projetado no relatório anterior e é 1,8% inferior ao registrado na temporada 2024/2025.
O cenário reforça a atenção do mercado às próximas etapas do ciclo produtivo, especialmente quanto à evolução climática e às decisões de plantio, fatores que seguirão influenciando tanto a oferta quanto a formação de preços ao longo da próxima temporada.

















