São Paulo registrou dois novos casos de feminicídio no fim de semana, ambos ocorridos dentro das residências das vítimas, ampliando a preocupação com a escalada da violência contra mulheres.
Em Diadema, uma jovem de 27 anos foi morta a facadas no sábado (6), por volta das 22h15, em uma casa na rua Yayá, no bairro Canhema. Um vizinho ouviu o pedido de ajuda e acionou a Polícia Militar, que encontrou a vítima e o agressor sem vida. A perícia apontou que o homem tirou a própria vida após cometer o assassinato. A faca usada no ataque foi apreendida, e o caso foi registrado como feminicídio e suicídio no 3º Distrito Policial da cidade.
No domingo (7), em Santo André, outra mulher, de 38 anos, foi esfaqueada dentro de casa no Jardim do Estádio, por volta das 8h15. A PM encontrou a vítima caída no chão e o marido ao lado do corpo, que confessou o crime. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu. O agressor foi preso e a arma apreendida. O caso foi registrado como feminicídio.
Protestos
O domingo foi marcado por manifestações em várias capitais, em resposta ao aumento dos ataques contra mulheres. Organizações mobilizaram atos após uma série de crimes recentes.
Entre os casos que impulsionaram os protestos está a tentativa de feminicídio contra Tainara Souza Santos, atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro. Ela teve as duas pernas amputadas e permanece internada em estado grave. O suspeito, Douglas Ales da Silva, foi preso.
As manifestações denunciaram a violência de gênero e cobraram políticas mais eficazes de prevenção. No Distrito Federal, o ato reuniu seis ministras, deputadas federais e a primeira-dama Janja Lula da Silva. São Paulo e Rio de Janeiro também registraram grandes concentrações na Avenida Paulista e em Copacabana.
Segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero, 3,7 milhões de brasileiras sofreram episódios de violência doméstica nos últimos 12 meses. Em 2024, 1.459 mulheres foram vítimas de feminicídio, média de quatro mortes por dia. Em 2025, mais de 1.180 casos já foram registrados.
