Nesta segunda-feira (8), a TV Brasil apresenta, às 23h, um novo episódio do Caminhos da Reportagem dedicado ao tema menopausa, destacando a rotina de mulheres que enfrentam uma etapa ainda rodeada de tabus e desinformação.
Com o aumento expressivo da longevidade feminina ao longo do último século, boa parte das brasileiras passa hoje cerca de um terço da vida na menopausa. Estima-se que mais de 30 milhões estejam no climatério ou em fases próximas. Entre elas está a jornalista Maria Cândida, que relata ter sido pega de surpresa por sintomas intensos da perimenopausa, como irritabilidade, insônia, exaustão e perda de libido.
A presidente do Instituto Menopausa Feliz, Adriana Ferreira, também enfrentou dificuldades para obter diagnóstico adequado. Ambas encontraram melhora com a Terapia de Reposição Hormonal, indicada por especialistas conforme cada caso.
Segundo a ginecologista Beatriz Tupinambá, iniciar o tratamento ainda no climatério é o mais recomendado, já que os sintomas estão associados a mudanças profundas, incluindo perda óssea, risco cardiovascular e aumento da hipertensão. A médica destaca que, após a menopausa, duas mulheres sofrem infarto para cada homem.
Menopausa precoce
A condição afeta cerca de 1% das mulheres. A atriz Julieta Zarza recebeu o diagnóstico aos 37 anos, enquanto a confeiteira Nayele Cardoso passou pelo mesmo aos 27. Fatores genéticos, cirurgias, quimioterapia e doenças autoimunes estão entre as possíveis causas, explica a clínica geral Andrea Alvarenga.
Um estudo da consultoria Korn Ferry, que ouviu mais de 8 mil mulheres em três países, apontou que 47% sentiram impactos no trabalho durante a menopausa, principalmente por estresse, dificuldade de concentração e impaciência.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, criada em 2004, orienta o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), cujo manual está em revisão. De acordo com a Fiocruz, ainda faltam ações específicas voltadas à transição da menopausa. O Ministério da Saúde afirma que a atenção primária oferece consultas, exames, medicamentos e práticas integrativas, encaminhando casos complexos para especialistas.
O Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo é hoje a principal referência pública no atendimento ao climatério. O ambulatório chega a realizar até 120 atendimentos semanais, além de disponibilizar exames e terapia hormonal conforme protocolos clínicos.






















