Lando Norris passou por um momento tenso no Grande Prêmio de Abu Dhabi que poderia ter colocado em risco o título mundial conquistado neste domingo (7). O britânico foi investigado após uma ultrapassagem sobre Yuki Tsunoda em que acabou ultrapassando os limites da pista — manobra que, em condições normais, costuma render punições.
A disputa ocorreu depois de Norris perder posição para Oscar Piastri ainda na volta inicial. Mesmo pressionado por Charles Leclerc e precisando manter o terceiro lugar para garantir o campeonato, o piloto da McLaren partiu para uma estratégia agressiva após sua equipe antecipar o primeiro pit stop.
Ao retornar no meio do pelotão, Norris precisou escalar o tráfego rapidamente e encontrou Tsunoda, que estava em uma estratégia diferente, com pneus duros e permanência prolongada na pista. O japonês, companheiro de Verstappen na equipe satélite da Red Bull, avisou pelo rádio que faria o possível para segurar o ritmo do rival na luta pelo título.
O lance que gerou investigação
Na longa reta traseira, Tsunoda passou a realizar movimentos defensivos sucessivos para impedir o vácuo de Norris. Em sua última mudança de direção, o japonês deixou pouco espaço e forçou o piloto da McLaren a cruzar a linha branca na entrada da curva — exatamente o tipo de situação que costuma resultar em punições para quem ultrapassa fora da pista.
Por isso, ambos os pilotos foram imediatamente colocados sob investigação:
- Tsunoda, por empurrar um adversário para fora do circuito;
- Norris, por ultrapassar os limites da pista e potencialmente ganhar vantagem com isso.
Here’s a replay of Norris overtaking Tsunoda #F1 #AbuDhabiGP pic.twitter.com/qi6NGBEECg
— Formula 1 (@F1) December 7, 2025
Por que Tsunoda foi punido — e Norris não
A análise dos comissários concluiu que Tsunoda cometeu duas infrações:
- Fez mais de um movimento defensivo, violando as diretrizes da FIA.
- Não deixou espaço suficiente para a largura de um carro, forçando Norris a sair do traçado.
Como resultado, Tsunoda recebeu cinco segundos de punição.
Já no caso de Norris, os comissários determinaram que ele não deixou a pista por escolha própria, mas foi empurrado para fora. Pela regra, o piloto só deve devolver posição quando ganha vantagem deixando o circuito voluntariamente — algo que não se aplica quando ele é forçado pelo adversário.
Com isso, Norris foi absolvido e não precisou devolver a posição.
Impacto na decisão do título
Uma punição poderia ter colocado o britânico atrás de Charles Leclerc e alterado completamente o cenário do campeonato. Mesmo assim, segundo pessoas da equipe, a McLaren já tinha um “plano B”: usar Oscar Piastri para conter adversários e proteger o pódio de Norris, caso necessário.
Reação da McLaren
O CEO da McLaren Racing, Zak Brown, endossou a decisão da FIA:
“Foi claramente a decisão certa. A manobra foi perigosa e desnecessária. Yuki passou do limite.”
Com o caso encerrado ainda durante a corrida, Norris pôde seguir em ritmo seguro até a bandeira quadriculada, garantindo o primeiro título de sua carreira enquanto a punição a Tsunoda permaneceu como a única consequência formal do incidente.
























