A falta de tempo aparece como a maior barreira para o consumo cultural no Brasil, apontada por 33% dos entrevistados, seguida pela falta de interesse (29%) e pela restrição financeira (24%).
Os dados integram a Pesquisa Nacional sobre Cultura no Brasil, apresentada durante o Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR+Ibero-América), realizado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza.
O estudo, encomendado pelo Ministério da Cultura ao Instituto Nexus, entrevistou 2.016 pessoas com metodologia semelhante à de levantamentos eleitorais, garantindo representatividade nacional.
A ministra Margareth Menezes ressaltou que o setor carecia de diagnósticos para embasar políticas públicas e destacou que o levantamento orientará futuras ações e investimentos. Segundo ela, a cultura fortalece a identidade nacional e contribui para a economia criativa.
O diretor de Pesquisa do Instituto Nexus, André Jácomo, afirmou que a população associa cultura a valores, crenças e tradições que compõem a identidade brasileira. Ele acrescentou que a coleta combinou dados qualitativos e quantitativos, com resultados considerados surpreendentes.
A pesquisa mostra que a música é o produto cultural mais consumido (53%), seguida de filmes (52%) e séries (40%). As novelas aparecem com 32% de preferência.
Quanto às visitas a equipamentos culturais nos 30 dias anteriores à entrevista, 24% foram a shows ou festivais, 23% ao cinema, 15% a feiras literárias, 8% a bibliotecas e 7% a teatros. Quase metade dos entrevistados não soube ou não respondeu.
No interesse futuro, 33% desejam ir ao cinema, 27% a shows e 18% ao teatro. Entre as festas tradicionais, o São João lidera, citado por 31% dos participantes.
Sobre os meios de acesso, o celular domina o consumo cultural no país (62%), seguido pela televisão (53%) e pelo rádio (9%). Entre as plataformas digitais, Netflix lidera com 58%, seguida por YouTube Premium (23%) e Globoplay (21%).
O estudo também indica que 34% acreditam que a cultura brasileira é valorizada internacionalmente, enquanto 71% avaliam que ela impacta positivamente a imagem do país. Para 84%, apoiar artistas e produtores locais é essencial, e 53% consideram que a cultura tem relevância na agenda do governo federal.





















