Operação Integrazione foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (5) pela Polícia Civil de Mato Grosso, conforme nota oficial da corporação, com o objetivo de desarticular um esquema de desvio de mais de R$ 1,1 milhão de uma empresa de segurança privada em Cuiabá. Ao todo, 18 ordens judiciais — entre mandados de busca, apreensão e sequestro de bens — foram executadas por determinação do Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz de Garantias.
Contexto e origem da investigação
Conforme apurado pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), a investigação começou após uma auditoria interna da empresa identificar movimentações financeiras incompatíveis com a rotina contábil. O relatório, entregue formalmente à polícia, descreveu operações simuladas que indicavam desvio sistemático de recursos ao longo de meses. Segundo o documento oficial disponível no portal da Polícia Civil, os funcionários envolvidos aproveitavam o acesso a sistemas internos para realizar as fraudes.
A reportagem confirmou que três veículos adquiridos com parte dos valores ilícitos foram apreendidos, além de documentos, mídias digitais e materiais que agora integram o conjunto probatório. A corporação ressalta que ainda há suspeita de participação de outros envolvidos, cuja identificação segue em andamento.
Lavagem de dinheiro e responsabilização
Segundo o delegado Luiz Felipe Leoni, responsável pelo caso, os investigados utilizavam plataformas de apostas on-line para realizar a lavagem de capitais, transformando o dinheiro ilícito em supostos rendimentos legais. O procedimento é citado na Lei nº 9.613/1998, que trata da prevenção e repressão à lavagem de dinheiro no país.
Leoni afirmou que as medidas cumpridas têm como finalidade assegurar a recuperação do patrimônio, preservar ativos e avançar na individualização das condutas. Ele destacou que a rápida comunicação dos fatos pelos sócios da empresa contribuiu para reduzir o prejuízo. “A cooperação entre os órgãos de persecução criminal foi determinante para a eficácia das ações”, declarou.
Significado da Operação Integrazione
O nome Operação Integrazione faz referência ao método empregado pelos suspeitos para reintroduzir — ou integrar — os valores desviados à economia formal. A prática é considerada uma das fases clássicas da lavagem de dinheiro, segundo manuais do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Por que o caso importa
- Exposição de fragilidades em sistemas internos de segurança corporativa.
- Uso de plataformas de apostas como ferramenta de lavagem de capitais.
- Atuação conjunta entre auditoria privada e investigação policial.
Autoridades afirmam que novas diligências podem ocorrer nas próximas semanas, e o inquérito seguirá analisando as provas apreendidas.
BOX INFORMATIVO — O que diz a lei
- Lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/1998 prevê pena de 3 a 10 anos de reclusão.
- Associação criminosa: Art. 288 do Código Penal estabelece pena de 1 a 3 anos.
- Estelionato e fraude contábil: Art. 171 e dispositivos correlatos do Código Penal.
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Reportagem baseada em nota oficial da Polícia Civil de Mato Grosso.




















