O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou nesta quinta-feira (04) que a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) foi notificada sobre o registro de peste suína africana (PSA) em javalis na província de Barcelona, na região da Catalunha, na Espanha. A ocorrência foi detectada em 26 de novembro e marca o primeiro episódio da doença no país desde 1994. Até 2 de dezembro, nove casos haviam sido confirmados, todos restritos a javalis, sem qualquer detecção em plantéis de suínos domésticos.
A PSA é uma enfermidade viral altamente contagiosa que acomete suínos domésticos, asselvajados e javalis. Embora não ofereça risco à saúde humana, por não se tratar de zoonose, a doença é de notificação obrigatória devido à sua capacidade de rápida disseminação e ao potencial de provocar fortes impactos econômicos. Em ambientes silvestres, o controle é ainda mais complexo devido à presença de carrapatos do gênero Ornithodoros, que podem atuar como vetores do vírus.
Outro fator de preocupação é a resistência ambiental da PSA. O vírus pode permanecer ativo por longos períodos em roupas, calçados, veículos, materiais e equipamentos, além de sobreviver em produtos de origem suína que não passam por tratamento térmico adequado. Entre as principais portas de entrada para áreas livres estão o contato de animais suscetíveis com superfícies contaminadas e a ingestão de produtos suínos infectados.
O Brasil segue oficialmente livre da peste suína africana desde 1984, status reconhecido internacionalmente e preservado ao longo de quatro décadas por meio de rígidos protocolos de vigilância. Diante da nova ocorrência na Europa, o Mapa reforça a necessidade de cumprimento das normas sanitárias vigentes, principalmente no que diz respeito à movimentação de pessoas, animais, equipamentos e produtos oriundos de regiões afetadas.
A introdução da PSA no território brasileiro acarretaria impactos expressivos para toda a cadeia suinícola, afetando desde pequenos produtores até as exportações. Por isso, o país mantém alerta permanente, com monitoramento contínuo, reforço de barreiras sanitárias e atualização constante dos procedimentos de prevenção e resposta a possíveis ocorrências.



















