Marcotemporal volta ao centro do debate após reação no Senado

Davi Alcolumbre articulou uma força-tarefa para avançar projetos em resposta à decisão monocrática de Gilmar Mendes sobre denúncias contra ministros do STF.

Fonte: CenárioMT

Marcotemporal volta ao centro do debate após reação no Senado
Marcotemporal volta ao centro do debate após reação no Senado - Foto: Lula Marques/Agência Brasil.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou uma mobilização para acelerar a votação de projetos considerados estratégicos, após a decisão do ministro Gilmar Mendes que restringe a possibilidade de apresentação de denúncias contra integrantes do STF. A medida reforçou pressões internas para que o Legislativo reaja ao entendimento.

Alcolumbre afirmou que convocará uma reunião com líderes partidários para revisar propostas paradas na Casa e definir encaminhamentos dentro das prerrogativas institucionais do Senado. Segundo ele, há matérias que poderiam ter avançado e ainda aguardam deliberação.

[Continua depois da Publicidade]

Entre os temas citados está a PEC 48/2023, que trata do marco temporal na demarcação de terras indígenas. O presidente da Casa pediu que a Comissão de Constituição e Justiça avalie rapidamente o texto e, se houver consenso entre os líderes, que um calendário especial permita levar a proposta diretamente ao plenário.

O julgamento do marco temporal será realizado de forma virtual pelo STF, com votação aberta até 15 de dezembro. Os ministros deverão opinar sobre o texto aprovado pela comissão que discutiu alterações legislativas ligadas ao assunto.

[Continua depois da Publicidade]

Mais cedo, Alcolumbre divulgou nota em que criticou a decisão monocrática de Mendes e defendeu mudanças no regime dessas deliberações individuais, citando a PEC 08/2021, que busca limitar esse tipo de medida nos tribunais superiores.

Na manifestação, o senador expressou preocupação com o alcance da decisão e lembrou que ela suspendeu trecho da Lei do Impeachment que permitia a qualquer cidadão denunciar magistrados por crime de responsabilidade. Para ele, não é razoável que uma lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo Executivo seja modificada por decisão isolada de um ministro.

Alcolumbre ressaltou que eventuais abusos no uso desse direito não justificam a anulação de um dispositivo legal e reforçou que alterações dessa natureza deveriam passar pelo exame colegiado do Supremo.

Para receber nossas notícias em primeira mão, adicione CenárioMT às suas fontes preferenciais no Google Notícias .
Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada. Envie suas sugestões para o email: [email protected]