Criação da galinha Canela Preta em Sergipe fortalece articulação institucional no Alto Sertão

Fonte: Assessoria/Clarice Rocha

Criação da galinha Canela Preta em Sergipe fortalece articulação institucional no Alto Sertão
Foto: Clarice Rocha

Autoridades políticas, lideranças rurais e representantes de instituições federais federais, no dia 28 de novembro, do Dia de Campo promovido pela Embrapa Semiárido para apresentar resultados e experiências com a criação da galinha Canela Preta em Sergipe. O evento aconteceu no Campo Experimental da Embrapa, em Nossa Senhora da Glória, reunindo pesquisadores, produtores e entidades ligadas ao desenvolvimento regional.

Com foco na difusão de informações técnicas sobre a raça, o encontro conto com um circuito de quatro estações temáticas, com previsões de manejo, alimentação, sanidade e beneficiamento de ovos.

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A atuação da Embrapa com Canela Preta em Sergipe iniciou-se no projeto Lagos do São Francisco, que distribui pintos e ração a produtores do Alto Sertão. Desde então, o trabalho avançou para um sistema de produção contínuo, voltado para conservação, multiplicação e pesquisa aplicada.

“Hoje obtivemos com avaliação nutricional, sanidade, manejo alimentar e outras ações além da multiplicação de animais. Nosso objetivo é consolidar uma raça como referência para o produtor rural sergipano”, explica o pesquisador da Embrapa Rafael Dantas.

Originária do Piauí e reconhecida como patrimônio genético daquele estado, a Canela Preta tem duas características valorizadas pelo pequeno produtor: elevada produção de ovos, acima de 200 por ciclo, e boa conformação de carcaça, podendo ultrapassar 2,5 kg na fase adulta.

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“O produtor consegue aproveitar tanto o ovo quanto a carne, diferentes de linhagens externas apenas à postura”, reforça o pesquisador. Destaca-se ainda a rusticidade da ave, capaz de suportar altas temperaturas, apresentar boa resistência sanitária e se adaptar ao sistema caipira com uso de alimentos alternativos. “Além do milho e da soja, ganho com gliricídia e outras fontes não ocasionais, o que reduz custos e torna o sistema mais sustentável”, completa.

Pesquisa, política e território público

Rafael destaca que o avanço do trabalho com a raça só foi possível graças ao apoio parlamentar. Uma visita do deputado federal João Daniel ao campo experimental resultou na destinação de emenda que permitiu ampliar o galinheiro e melhorar as instalações, garantindo melhores condições para a pesquisa.

Presente no dia de campo, o parlamentar reforçou a importância do investimento em ciência voltada às condições do Semiárido. “Precisamos de pesquisas que provam a produtividade produtiva da região, valorizando culturas e animais adaptados ao clima. O Alto Sertão é hoje a maior bacia leiteira de Sergipe e uma das maiores do Brasil. Apoiar a Embrapa e a Universidade é fortalecer essa cadeia produtiva”, afirmou.

A chefe-geral da Embrapa Semiárido, Lúcia Kill, destacou que o alinhamento institucional é decisivo para ampliar o impacto das tecnologias da Embrapa no território. “Quando ganhamos de forma transversal, multiplicamos o alcance dos resultados. Chegamos a lugares onde não chegaríamos sozinhos”, disse.

O evento também foi marcado pela assinatura do convênio entre o Pronera – Incra e a Universidade Federal de Sergipe (UFS), eventos de criação do curso de Medicina Veterinária no Campus do Sertão voltado para o fortalecimento de áreas de reforma agrádia. Estiveram apresenta no evento o superintendente do SFDA/SE, Roberto Araújo Silva; o superintendente regional do INCRA, André Luiz Milanez; a vice-reitora da UFS, Silvana Aparecida Bretas; o deputado estadual Chico do Correio, além de produtores, movimentos sociais, estudantes e representantes municipais.

Nova etapa de trabalho com a raça em Sergipe

A pesquisadora da Embrapa Salete Moraes, integrante da equipe técnica, explica que o projeto inicial com a galinha canela preta foi essencial para a amostragem da raça pelos produtores. Com os recursos destinados à manutenção dos rebanhos em Nossa Senhora da Glória, o espaço foi revitalizado, cercado e adequado para ampliar o bem-estar das aves.

“Com o avanço das pesquisas e a parceria com outras unidades da Embrapa, novas fases do trabalho estão sendo incorporadas, ampliando os estudos de manejo, conservação e multiplicação”, relata

Para quem pensa em adotar a Canela Preta, ela recomenda: “Além do potencial produtivo, muitos relatam que a carne tem sabor diferenciado. É uma ave rústica, adaptada ao Semiárido e com perfil que, com certeza, interessa ao pequeno produtor”.

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Jornalista formado (DRT 0001781-MT), atua no CenárioMT na produção de conteúdos sobre política, economia, esportes e temas do agronegócio em Mato Grosso. Com experiência consolidada na redação e apuração regional, busca entregar informação clara e contextualizada ao leitor. Aberto a pautas e sugestões. Contato: [email protected] .