Marcha destaca força artística de mulheres negras em Brasília

A segunda edição da mobilização reuniu centenas de milhares de mulheres que celebraram sua identidade por meio da música, da dança e da atuação cultural.

Fonte: CenárioMT

Marcha destaca força artística de mulheres negras em Brasília
Marcha destaca força artística de mulheres negras em Brasília - Foto: Flora Egécia/Arquivo Pessoal

A expressão baiana “meter dança”, ligada ao convite para o movimento, inspirou o chamado da 2ª Marcha das Mulheres Negras, realizada nesta terça-feira (25) em Brasília, reunindo participantes de diversas regiões do Brasil e de outros países. O encontro transformou a Esplanada dos Ministérios em um grande palco de celebração cultural.

A música tema do evento, Mete Marcha Negona Rumo ao Infinito, composta e interpretada por Larissa Luz, guiou o coro de quase meio milhão de mulheres negras, incluindo artistas que cresceram profissionalmente desde a primeira edição, em 2015.

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Entre elas está Flora Egécia, que lançou naquele ano seu primeiro curta, Das raízes às Pontas, e voltou à marcha agora ao lado da mãe, a professora da Universidade de Brasília Dione Oliveira Moura. Em 2022, Flora codirigiu o documentário Me Farei Ouvir, que aborda os obstáculos enfrentados por mulheres na política institucional.

Pela Esplanada, a diversidade das manifestações culturais era marcante: rodas de capoeira, alas de sambistas, bailarinas e percussionistas ocupavam o trajeto. O tambor, símbolo da ancestralidade afro-brasileira, uniu batuqueiras brasileiras e um grupo de 45 mulheres uruguaias que tocaram o Candombe, ritmo reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

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A dançarina e percussionista Ishina Pena Branca, que carregava seu xequerê, destacou como a arte fortalece sua identidade. “A música me conecta com meu corpo e com o coração dos meus ancestrais”, afirmou.

Após a marcha, a programação seguiu na área externa do Museu Nacional, com show gratuito de Célia Sampaio & Núbia, Ebony, Larissa Luz, Luana Hansen e Prethais. Representante do comitê nacional, Naiara Leite ressaltou que a arte é uma ferramenta histórica de luta, resistência e acolhimento.

Antes de se apresentar, a cantora Prethais lembrou sua trajetória, marcada pela primeira edição da marcha, quando tinha 17 anos. Ela contou que o movimento a ajudou a afirmar sua identidade como mulher quilombola e a construir seu caminho artístico ao longo da última década.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.