Da tragédia à revitalização: Mãe vítima de Sinop transforma dor em ação comunitária

Dois anos após o crime, a 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Sinop articulou uma força-tarefa que envolveu órgãos públicos, entidades e a iniciativa privada (como a Colonizadora Sinop e a Floresta Urbana).

Fonte: CENÁRIOMT

Mãe vítima de Sinop transforma dor em ação comunitária

“A minha perda é irreversível, mas eu não queria que outras famílias passassem pelo que eu passei.” A declaração é de Márcia dos Santos, mãe, de uma criança de 7 anos, vítima de atropelamento por um motociclista embriagado, sem habilitação e que realizava manobra perigosa, em frente à praça do bairro Jardim São Paulo, em Sinop (a 497 km de Cuiabá).

Após a morte do filho, Márcia foi acolhida pelo Núcleo de Defesa da Vida (NDV) de Sinop, que ofereceu atendimento jurídico, psicológico e social.  Além de acompanhar a denúncia criminal, o NDV buscou compreender os impactos da tragédia na comunidade local.

Segundo o promotor de Justiça Herbert Dias Ferreira, a análise do caso revelou um problema maior. “Identificamos também uma consequência social que atingiu os moradores do bairro. A insegurança no trânsito era uma preocupação antiga, com demanda por redutores de velocidade. E após o crime, a praça estava abandonada porque os pais decidiram não deixar mais as crianças frequentarem o local.”

Foi então que a mãe do menino solicitou a revitalização da praça. “Eu disse ao promotor que a minha perda era irreversível. Ele me ouviu e respondeu como ser humano: ‘Márcia, eu vou cobrar.’ Sou grata por essa atitude”, relembrou.

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Dois anos depois, após várias intervenções, a praça foi completamente revitalizada graças à mediação da 1ª Promotoria de Justiça Criminal, que articulou órgãos públicos, entidades e iniciativa privada para devolver segurança e lazer aos moradores.

 

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 “Quando recebemos a informação, entendemos a amplitude negativa da consequência do crime. Nosso papel é também prevenir e proteger a coletividade”, destacou o promotor.

 

A força-tarefa contou com órgãos municipais e parceiros. O espaço ganhou arborização, quadras esportivas, academia para a terceira idade e a instalação de quebra-molas e sinalização adequada nas ruas próximas ao local do acidente.

O promotor ainda explicou que a iniciativa só foi possível devido a união de esforços. “O Ministério Público, o poder público local, a sociedade civil organizada e parceiros como a Colonizadora Sinop e a Floresta Urbana se mobilizaram para que a praça voltasse a ser um espaço de convivência, lazer e segurança para as famílias, especialmente para as crianças”, disse.

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Graduada em Jornalismo pela Faculdade La Salle em Lucas do Rio Verde (MT), atuou como estagiária na Secretaria Municipal de Educação. Desde 2010 trabalha na redação e, atualmente, é repórter e redatora do CenárioMT nas editorias Mundo, Mato Grosso e Cidadania. Para dúvidas, correções ou sugestões de pauta, entre em contato: [email protected]