Como garantir que o PSA funcione no Pantanal sem frustração ao produtor? O debate voltou à pauta durante a 5ª reunião da Câmara Setorial Temática do Bioma Pantanal.
Discussão começa pelo orçamento
O secretário-executivo destacou que qualquer avanço sobre o PSA no Pantanal exige definição prévia das fontes de financiamento. Segundo ele, a implementação só deve ocorrer a partir de 2027, após debates técnicos e firmação de contratos previstos para 2026.
De acordo com a avaliação técnica apresentada, iniciar o programa sem garantir recursos — seja por um novo fundo ou alternativas ligadas ao clima — cria expectativas irreais sobre prazos e resultados.
Produtor precisa sentir o retorno
A CST reforçou que o mecanismo só terá sucesso se a remuneração alcançar diretamente quem preserva. O grupo criticou modelos focados na compra de terras e defendeu incentivos ao produtor que mantém áreas conservadas.
Indicadores do Programa Fazenda Pantaneira Sustentável mostram o valor ambiental das propriedades, incluindo preservação da vegetação nativa, fauna e flora e redução de desmatamento.
Reduções de emissões como alternativa
O Estado de Mato Grosso tem avançado na redução de emissões, resultado do corte expressivo no desmatamento desde 2004. Esse desempenho viabilizou cerca de R$ 500 milhões em recursos do programa REM.
Para o Executivo, esses valores são fundamentais para apoiar o produtor, especialmente no Pantanal, onde a pecuária extensiva tem menor rentabilidade por hectare. A comercialização de reduções de emissões, via REED, foi apontada como alternativa para dar estabilidade financeira ao PSA.
Ferramentas de gestão para as fazendas
Representantes do setor produtivo apresentaram a plataforma do Programa Fazendas Pantaneiras Sustentáveis, que traduz a complexidade do bioma em indicadores claros nas dimensões econômica, ambiental e sociocultural.
- Apoio à gestão das propriedades
- Soluções para desafios operacionais
- Abertura de mercados sustentáveis
- Apoio a políticas como o PSA
O sistema também contribui para a conservação da biodiversidade e para a manutenção da integridade hidrológica do Pantanal.
Acesso facilitado ao programa
Produtores ainda não inseridos no projeto podem aderir sem custo por meio dos sindicatos rurais, com atendimento reforçado por novos técnicos desde 2023. A expectativa é alcançar pelo menos 80 propriedades.
A iniciativa valoriza a tradição pecuária pantaneira e busca garantir que futuros pagamentos ambientais cheguem ao produtor, enquanto o Estado avalia opções de financiamento.
Desafio nacional: fazer o recurso chegar a quem preserva
Experiências de outros estados mostram que criar fundos ambientais não é suficiente. O maior obstáculo segue sendo transformar o potencial financeiro em pagamento efetivo para quem protege o bioma. Indicadores da FPS reforçam que o produtor mantém um grande ativo ambiental e precisa ter retorno real para continuar preservando.
O debate sobre o PSA continua, e sua viabilidade depende de decisões orçamentárias claras e caminhos financeiros seguros.
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