A arrecadação federal somou R$ 261,9 milhões em outubro, atingindo o maior valor já registrado para o mês e avançando 0,92% acima da inflação em relação ao ano anterior. No acumulado de janeiro a outubro, as receitas chegaram a R$ 2,4 trilhões, um crescimento real de 3,2%.
A Receita Federal destacou que este é o melhor resultado da série histórica, tanto no desempenho mensal quanto no acumulado. O montante inclui tributos como Imposto de Renda, contribuições previdenciárias, IPI, IOF, PIS/Cofins, além de receitas com royalties e depósitos judiciais.
Destaques
Entre os tributos, o IOF registrou R$ 8,1 milhões em outubro de 2025, alta de 38,8% sobre o mesmo período do ano anterior. Segundo a Receita, o avanço está ligado a operações envolvendo saída de moeda estrangeira e crédito para empresas, afetadas por mudanças recentes na legislação.
O IRRF-Capital também teve desempenho expressivo, somando quase R$ 11,6 milhões e apresentando alta real de 28,01%, impulsionado pelos lucros de aplicações de renda fixa e distribuições via Juros sobre Capital Próprio.
Desaceleração
Apesar do recorde, o ritmo de crescimento perdeu força. Após atingir 4,41% em julho, a expansão das receitas desacelerou mês após mês. O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, atribui o movimento à desaceleração econômica, acompanhando projeções do Ministério da Fazenda e do mercado.
Malaquias destaca que setores como serviços e a massa salarial seguem sustentando parte do desempenho, mesmo diante do cenário de menor dinamismo.
Freio dos juros
A perda de fôlego da arrecadação está diretamente ligada à política monetária. A Selic permanece em 15% ao ano, o nível mais alto desde 2006, o que reduz a atividade econômica para conter a inflação. Em outubro, a inflação acumulada em 12 meses estava em 4,68%.
Para a Receita, a arrecadação funciona como um termômetro da economia: quando cresce, tende a refletir maior atividade dos setores produtivos.
Arrecadação com bets dispara
A receita proveniente de jogos de azar e apostas cresceu quase 10.000% em outubro de 2025, impulsionada pela regulamentação das plataformas virtuais. A arrecadação saltou de R$ 11 milhões em outubro de 2024 para R$ 1 bilhão em 2025.
No acumulado de janeiro a outubro, o avanço superou 16.000%, passando de R$ 49 milhões para R$ 8 bilhões após o início das novas regras para o setor.






















