Lula defende debate amplo sobre combustustíveis no G20

O presidente destacou a necessidade de uma transição energética construída com diálogo, ao comentar os resultados da COP30 e reuniões do G20 na África do Sul.

Fonte: CenárioMT

Lula defende debate amplo sobre combustustíveis no G20
Lula defende debate amplo sobre combustustíveis no G20 - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o fim do uso dos combustíveis fósseis seja discutido de forma ampla e integrada com todos os setores envolvidos, sem a imposição de uma data fixa.

O tema dominou os debates da COP30, encerrada em Belém (PA), sob coordenação brasileira. O Acordo de Belém solicitou mais investimentos em adaptação climática, mas não mencionou explicitamente os combustíveis fósseis, principais responsáveis pelo aquecimento global.

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Em entrevista na África do Sul, onde participou da Cúpula de Líderes do G20, Lula lembrou que o Brasil é um grande produtor de petróleo e afirmou que a transição energética exige a participação de especialistas e empresas do setor. Ele ressaltou que o petróleo segue relevante para a indústria petroquímica, mesmo com a redução de seu uso como combustível.

O governo brasileiro tentou incluir uma proposta de cronograma para essa transição, mas aceitou que o tema fosse tratado em um texto paralelo apresentado pelo país-sede. Lula destacou que o objetivo era garantir um documento consensual e reforçou que o multilateralismo saiu fortalecido.

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“Aprovou-se um documento único e o multilateralismo saiu vitorioso na COP30”, afirmou.

No Brasil, o presidente defende que recursos provenientes do petróleo sejam direcionados à transição energética e citou avanços como a mistura de biodiesel na gasolina e no diesel, apontando que o país já demonstra caminhos concretos para reduzir o uso de combustível fóssil.

Questionado sobre a ausência de Donald Trump na reunião do G20, Lula minimizou o fato e afirmou que o bloco mantém sua relevância mesmo sem a participação do presidente dos Estados Unidos. Ele ponderou que o multilateralismo tende a prevalecer e cobrou que decisões tomadas no fórum sejam implementadas antes do próximo encontro.

“Os 19 países que estavam presentes votaram por unanimidade o documento”, disse.

Lula ainda comentou a tensão entre Estados Unidos e Venezuela após o envio de tropas e um porta-aviões ao Caribe. Demonstrou preocupação com o aumento da presença militar na região e afirmou que pretende discutir o tema diretamente com Trump, destacando que a América do Sul é uma zona de paz e não deve repetir conflitos como o da Rússia e Ucrânia.

Após três dias de agenda em Joanesburgo, Lula seguiu para Maputo, em Moçambique, para compromisso de trabalho.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada. Envie suas sugestões para o email: [email protected]