O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o fim do uso dos combustíveis fósseis seja discutido de forma ampla e integrada com todos os setores envolvidos, sem a imposição de uma data fixa.
O tema dominou os debates da COP30, encerrada em Belém (PA), sob coordenação brasileira. O Acordo de Belém solicitou mais investimentos em adaptação climática, mas não mencionou explicitamente os combustíveis fósseis, principais responsáveis pelo aquecimento global.
Em entrevista na África do Sul, onde participou da Cúpula de Líderes do G20, Lula lembrou que o Brasil é um grande produtor de petróleo e afirmou que a transição energética exige a participação de especialistas e empresas do setor. Ele ressaltou que o petróleo segue relevante para a indústria petroquímica, mesmo com a redução de seu uso como combustível.
O governo brasileiro tentou incluir uma proposta de cronograma para essa transição, mas aceitou que o tema fosse tratado em um texto paralelo apresentado pelo país-sede. Lula destacou que o objetivo era garantir um documento consensual e reforçou que o multilateralismo saiu fortalecido.
“Aprovou-se um documento único e o multilateralismo saiu vitorioso na COP30”, afirmou.
No Brasil, o presidente defende que recursos provenientes do petróleo sejam direcionados à transição energética e citou avanços como a mistura de biodiesel na gasolina e no diesel, apontando que o país já demonstra caminhos concretos para reduzir o uso de combustível fóssil.
Questionado sobre a ausência de Donald Trump na reunião do G20, Lula minimizou o fato e afirmou que o bloco mantém sua relevância mesmo sem a participação do presidente dos Estados Unidos. Ele ponderou que o multilateralismo tende a prevalecer e cobrou que decisões tomadas no fórum sejam implementadas antes do próximo encontro.
“Os 19 países que estavam presentes votaram por unanimidade o documento”, disse.
Lula ainda comentou a tensão entre Estados Unidos e Venezuela após o envio de tropas e um porta-aviões ao Caribe. Demonstrou preocupação com o aumento da presença militar na região e afirmou que pretende discutir o tema diretamente com Trump, destacando que a América do Sul é uma zona de paz e não deve repetir conflitos como o da Rússia e Ucrânia.
Após três dias de agenda em Joanesburgo, Lula seguiu para Maputo, em Moçambique, para compromisso de trabalho.






















