Dois policiais penais foram mortos em um intervalo de menos de 72 horas em Sinop e Várzea Grande, desencadeando uma mobilização urgente da categoria desde a noite deste sábado (22). O Sindicato dos Policiais Penais do Estado (SINDSPPEN) confirmou que os assassinatos levaram ao início de um protesto que começou neste domingo (23) na Penitenciária Central do Estado (PCE).
As mortes ocorreram em datas próximas e com características de execução, conforme informações divulgadas pela entidade. O clima de tensão e insegurança entre os servidores se intensificou, levando o sindicato a suspender visitas na PCE e a anunciar que a mobilização pode ser ampliada para outras unidades do sistema prisional em Mato Grosso.
O primeiro crime foi registrado na noite de quinta-feira (20), quando o policial penal Fábio Antônio Gimenez Mongelo, lotado na penitenciária de Sinop, foi encontrado morto com um disparo na cabeça. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de execução, investigando a dinâmica e possíveis linhas de motivação para o ataque.
O segundo caso ocorreu na noite de sábado (22). O policial penal José Arlindo da Cunha, servidor da PCE, foi executado com três tiros no rosto em Várzea Grande. Segundo o sindicato, a forma como o crime foi cometido reforça a preocupação com o nível de exposição dos servidores diante da rotina de trabalho acelerada e do contato direto com detentos.
A partir das duas mortes, o SINDSPPEN comunicou que servidores iniciarão uma série de ações de cobrança ao governo estadual ao longo da semana. O movimento, segundo a entidade, tem o objetivo de pressionar por segurança reforçada, proteção aos agentes e avanço nas investigações dos homicídios.
Pressão sobre o Estado e primeiras medidas
Como primeira ação prática, o sindicato anunciou que as visitas no presídio estão suspensas neste domingo (23), em razão do luto coletivo e da manifestação dos trabalhadores. A organização ainda informou que, se não houver respostas concretas das autoridades, a paralisação das visitas será ampliada de forma progressiva para outras unidades, além da PCE.
O SINDSPPEN argumenta que a Polícia Penal atua em uma das frentes mais vulneráveis do sistema de segurança pública, já que os servidores lidam diariamente com internos de alta periculosidade. Para a categoria, as mortes dos dois policiais evidenciam a urgência de medidas estruturais de proteção e de investigações rápidas e transparentes.
Próximos passos e acompanhamento do caso
A entidade afirma que acompanhará de perto o trabalho da Polícia Civil nos dois casos e reforça o pedido por celeridade. A mobilização, que começou na PCE, deve se estender por toda a semana, com atos e paralisações planejados caso o governo não apresente ações efetivas de segurança. A situação, segundo o sindicato, representa um ponto crítico para a categoria e demanda respostas institucionais imediatas.
As informações foram divulgadas pelo Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Mato Grosso.






















