A morte de Márcia Rocha Guimarães, 42, registrada na noite de sexta-feira (21) no Hospital Regional de Sorriso, marcou o segundo óbito por intoxicação por metanol em Mato Grosso neste mês. A residente de Itanhangá não resistiu após dias de internação em estado grave.
O corpo de Márcia está sendo velado no memorial Luz e Vida, em Sinop, e o sepultamento ocorrerá às 16h30 deste sábado (22). A paciente havia sido socorrida no início de novembro e encaminhada rapidamente para o HRS diante do agravamento dos sintomas.
De acordo com informações repassadas pela prefeitura de Itanhangá, Márcia vivia em uma fazenda no distrito do município e foi atendida por uma ambulância local no dia 3 de novembro. A suspeita é de que a intoxicação tenha ocorrido após o consumo de whisky com energético, hipótese que reforça o alerta sobre bebidas adulteradas na região.
Este é o segundo caso fatal em circunstâncias semelhantes. O primeiro envolveu uma mulher de 30 anos, moradora de Várzea Grande, que passou mal dias após consumir cerveja e whisky em uma confraternização. Ela apresentou mal-estar, náuseas e vômito, e morreu em 7 de novembro, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde.
O panorama atualizado pelo painel de Comunicação de Risco Metanol – CIEVS da SES-MT aponta para um surto de intoxicação exógena por metanol, com casos confirmados e outros ainda em investigação em municípios do estado. O informe registra 13 notificações, sendo 4 confirmações, com predominância de pacientes do sexo masculino.
Segundo o documento oficial, o principal meio de exposição identificado é o consumo de bebidas alcoólicas destiladas, especialmente whisky. Entre os casos confirmados, a taxa de letalidade chega a 25%, todos considerados de alta gravidade e com necessidade de internação e suporte intensivo.
Casos em acompanhamento e alerta das autoridades
Um paciente de 27 anos, morador de Água Boa, permanece internado enquanto aguarda o resultado laboratorial que deve confirmar ou descartar intoxicação. O caso segue classificado como “em investigação” pelas equipes de vigilância epidemiológica.
O metanol, substância utilizada como solvente industrial, é convertido no organismo em ácido fórmico, composto associado a quadros graves de acidose e toxicidade sistêmica. Conforme a SES-MT, a substância pode causar desde lesões irreversíveis, como cegueira permanente, até o óbito, o que reforça a necessidade de resposta rápida dos serviços de saúde.
O comunicado do CIEVS orienta que unidades de atendimento em todo o estado intensifiquem a vigilância, sigam protocolos padronizados e mantenham atenção às possíveis novas ocorrências. As autoridades também recomendam que a população evite bebidas de procedência duvidosa e busque atendimento imediato diante de qualquer sintoma suspeito.
A informação é da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso.






















