A cacica Juma Xipaia, liderança da Aldeia Kaarimã na Terra Indígena Xipaya, no Xingu, reforçou durante a COP30 a urgência de proteger a biodiversidade da Amazônia diante do avanço de megaprojetos que afetam diretamente os povos tradicionais.
Além de sua atuação política, Juma ganhou projeção internacional com o documentário Yanuni, coproduzido ao lado do ator Leonardo DiCaprio. A obra já recebeu prêmios no Brasil e no exterior e busca espaço em premiações internacionais, ampliando o alcance das denúncias feitas pela líder indígena.
Juma construiu sua trajetória enfrentando os impactos da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e segue alertando sobre riscos semelhantes relacionados à Ferrogrão e à Hidrovia do Tapajós. Segundo ela, a ausência de consulta prévia e informada e os efeitos sociais e ambientais desses megaprojetos continuam ameaçando comunidades inteiras.
Ex-secretária de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas, Juma mantém forte atuação em defesa dos territórios, mesmo após sofrer diversas ameaças. Na COP30, participa de debates sobre justiça climática e reivindica a demarcação de terras indígenas como condição essencial para manter a floresta em pé e garantir equilíbrio climático.
Ela ressalta que a realização da conferência na Amazônia fortaleceu manifestações por direitos e ampliou a visibilidade das demandas dos povos originários. Juma também critica a exclusão de comunidades tradicionais nos debates sobre transição energética e defende processos acessíveis, com participação direta dos povos afetados.
Ao comentar semelhanças entre diferentes megaprojetos, a líder afirma que iniciativas como Belo Monte e Ferrogrão provocam impactos profundos, incluindo divisão social e enfraquecimento de movimentos comunitários. Mesmo assim, reforça sua confiança na resistência dos povos da floresta.
No cinema, Juma encontrou outra forma de denunciar essas ameaças. O Yanuni surgiu em um momento de forte pressão e, segundo ela, representa a voz coletiva de quem defende a Amazônia com a própria vida. Paralelamente, o Instituto Juma segue desenvolvendo ações pela proteção dos territórios, reforçando que o trabalho não se encerra com o filme, mas integra uma luta contínua e ancestral.


















