Em um esforço histórico, cerca de 3 mil indígenas de diferentes regiões do mundo se reuniram em Belém durante a COP30, incluindo quase 400 lideranças brasileiras credenciadas para participar das negociações oficiais.
O evento, organizado com apoio do governo federal, incluiu a montagem de uma aldeia no Colégio Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), equipada com alojamentos, palco para apresentações, feira de bioeconomia, espaço para debates e casa espiritual para rituais e práticas de medicina ancestral indígena.
“Proteger a Amazônia custa vidas e requer a presença indígena. Sem isso, não haverá solução”, afirmou a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, durante a abertura da AldeiaCOP.
Além da aldeia, aproximadamente 2 mil indígenas participaram de atividades na cidade, garantindo ampla visibilidade e reforçando a mobilização social dos povos originários brasileiros. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), essa é a maior representação indígena em conferências climáticas até hoje.
O Círculo de Povos, iniciativa da presidência brasileira da COP30, organizou a participação de 2 mil indígenas de 361 etnias, com 400 deles participando diretamente na zona azul da conferência.
Entre os objetivos da presença indígena estão o reconhecimento da proteção das florestas como estratégia de mitigação da crise climática, a inclusão da demarcação de territórios nas metas climáticas e a criação de mecanismos de financiamento direto para os povos indígenas.
“Buscamos deixar um legado de compromisso dos países com a proteção dos territórios indígenas e comunidades tradicionais, como política efetiva contra a emergência climática”, destacou Kleber Karipuna, coordenador da Apib.
A programação paralela da COP30 incluiu atividades culturais, rodas de conversa e a 10ª Mostra de Cinema da Amazônia, promovida pelo Museu Nacional dos Povos Indígenas, com objetivo de fortalecer o diálogo e valorizar os conhecimentos tradicionais.
Segundo a ministra Sônia Guajajara, o encontro em Belém visa mostrar ao mundo uma forma sustentável de relação com a natureza e de proteção do planeta.

















