Assembleia derruba parecer contrário e aprova proposta que susta contratos de crédito consignado firmados irregularmente com servidores públicos

Fonte: CenarioMT

Foto: Gilberto Leite/Ssecretaria de Comunicação Social

Durante a 73ª reunião extraordinária, realizada nesta quarta-feira (29), a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso derrubou o parecer contrário ao Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 13/2025, que susta os efeitos de contratos de crédito consignado e outras modalidades firmados com servidores públicos estaduais em desacordo com a legislação vigente. A proposta, de autoria dos deputados Wilson Santos (PSD) e Janaina Riva (MDB), também foi aprovada em plenário na sessão matutina.

O relator da matéria na CCJR, deputado Diego Guimarães (Republicanos), apresentou parecer contrário à aprovação, ressaltando que, apesar de reconhecer a gravidade das irregularidades e concordar politicamente com o objetivo da proposta, a análise da Comissão deve se ater a aspectos jurídicos e de legalidade.

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Outros parlamentares, porém, defenderam a necessidade de corrigir abusos praticados contra servidores. O deputado Sebastião Rezende (União) destacou que muitos contratos vigentes apresentam irregularidades e merecem revisão. Já o presidente da CCJR, deputado Eduardo Botelho (União), afirmou que houve abuso decorrente do descontrole do Estado, permitindo que servidores se endividassem com juros excessivos e prazos abusivos.

“Algumas empresas chegaram a comprar dívidas de outras e prorrogar os prazos, elevando ainda mais os encargos financeiros. Essa situação é grave e precisa ser corrigida”, afirmou Botelho, defendendo a aprovação do projeto.

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O autor do PDL, Wilson Santos, classificou a situação vivida pelos servidores como um “estupro coletivo” praticado por bancos e sociedades de crédito. Ele lembrou que, em 2018, uma CPI dos Consignados foi instaurada na Assembleia para investigar irregularidades e resultou em um projeto de lei que regulava o sistema, com limites de juros e regras de credenciamento.

O texto foi aprovado pelo Legislativo, mas vetado pelo governo em 2019. O veto foi derrubado, a norma promulgada, e posteriormente declarada inconstitucional pelo STF após cem dias de vigência. “A partir daí abriu-se a porteira. Hoje, mais de 30 instituições ofertam empréstimos e cartões com juros criminosos, levando servidores a vender bens para pagar dívidas abusivas”, afirmou Santos.

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Jornalista formado (DRT 0001781-MT), atua no CenárioMT na produção de conteúdos sobre política, economia, esportes e temas do agronegócio em Mato Grosso. Com experiência consolidada na redação e apuração regional, busca entregar informação clara e contextualizada ao leitor. Aberto a pautas e sugestões. Contato: [email protected] .