As exportações brasileiras de carne de aves e miudezas comestíveis devem encerrar junho de 2025 com retração significativa. Até a terceira semana do mês, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 152,45 mil toneladas, com uma média diária de 15,24 mil toneladas. Mantido esse ritmo e considerando 20 dias úteis, a projeção é de que o mês feche com cerca de 304,90 mil toneladas embarcadas.
Se confirmado, o volume representará uma queda de 25,27% em relação a junho de 2024 e de 20,27% na comparação com maio deste ano.
A redução nos embarques sinaliza uma desaceleração da demanda externa, que pode estar associada a restrições temporárias de importação por alguns parceiros comerciais, especialmente em função de preocupações sanitárias e da gripe aviária, que vêm impactando o setor avícola global.
A queda nas exportações também tende a aumentar a oferta no mercado interno, o que ajuda a explicar a pressão sobre os preços do frango registrada neste mesmo período. Esse movimento já havia sido apontado por pesquisadores do Cepea como um dos fatores que tiram competitividade da carne suína, em razão da forte desvalorização da proteína avícola.
O setor segue atento aos desdobramentos do cenário internacional, buscando manter mercados consolidados e abrir novas frentes de exportação para mitigar os impactos desta retração nas vendas externas.
