Como é comum nesta época do ano, o mercado de milho no Brasil está operando em ritmo mais lento. No mercado spot, as negociações ocorrem de forma pontual, refletindo a baixa liquidez característica do período. Segundo pesquisadores, essa limitação é resultado da discrepância entre os preços oferecidos pelos compradores, que apresentam menor intenção de aquisição, e as pedidas feitas pelos vendedores, o que dificulta a concretização de negócios.
De acordo com dados do Cepea, essa dinâmica tem gerado comportamentos distintos nos preços dependendo da região. Nas áreas consumidoras, predominaram recuos nos valores, refletindo a cautela dos demandantes em intensificar as compras. Já nas regiões ofertantes, os preços demonstraram maior firmeza, sustentados por um menor fluxo de comercializações e pela expectativa de retomada do mercado em janeiro.
No campo, o cenário é mais animador. O desenvolvimento das lavouras de milho da safra verão segue satisfatório na maior parte das regiões produtoras do país. As condições climáticas têm favorecido o cultivo, o que aumenta as perspectivas de qualidade e quantidade na produção prevista para 2025. Produtores estão otimistas quanto ao desempenho das lavouras, ainda que mantenham a atenção voltada para possíveis variações climáticas nos próximos meses.
Esse momento de desaquecimento do mercado ocorre em um contexto sazonal, mas também reflete a estratégia dos agentes de aguardar melhores oportunidades de comercialização. Tanto vendedores quanto compradores buscam alinhar suas expectativas ao cenário econômico e às projeções de safra, o que deve ganhar maior ritmo apenas com o início do próximo ano.