A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram a Operação Panaceia, em Mato Grosso, para desarticular um esquema de fraudes em licitações e associação criminosa que desviaram recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS). As investigações apontam que servidores públicos e agentes privados se uniram para direcionar contratos milionários para um grupo fechado de empresas, prejudicando a concorrência e causando um prejuízo estimado em R$ 55 milhões aos cofres públicos.
Durante a operação, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão temporária e uma ordem judicial para o bloqueio de R$ 5,5 milhões. Além disso, dois servidores públicos foram afastados de suas funções. As investigações tiveram início durante a pandemia de Covid-19, quando a demanda por insumos e serviços de saúde aumentou significativamente.
A CGU realizou uma auditoria no Hospital Regional de Cáceres e identificou diversas irregularidades nas contratações. As investigações da PF apontaram que as fraudes foram planejadas e executadas por um grupo organizado, que se beneficiou ilicitamente dos recursos públicos destinados ao combate à pandemia.
É importante destacar que, antes mesmo da assinatura dos contratos, a Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) emitiu um parecer alertando sobre as irregularidades encontradas nos processos licitatórios. No entanto, as contratações foram realizadas, o que demonstra a determinação dos envolvidos em perpetrar o esquema criminoso.
O Hospital Regional de Cáceres, alvo das investigações, atende uma população de aproximadamente 400 mil habitantes em 23 municípios da região. As fraudes descobertas na operação Panaceia podem ter comprometido a qualidade dos serviços prestados à população e prejudicado o combate à pandemia na região.
As investigações continuam em andamento e a Polícia Federal e a CGU trabalham para identificar e responsabilizar todos os envolvidos no esquema criminoso.