Um levantamento realizado em Mato Grosso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em parceria com a organização internacional Childhood Brasil revelou um aumento de 489% nos pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais que cortam o Estado.
Entre 2017 e 2024, o número de trechos passou de 106 para 625. O estudo, parte do Projeto Mapear 2023/2024, categoriza os pontos em níveis de risco: críticos, alto, médio e baixo.
Os trechos classificados como críticos cresceram 118%, passando de 22 em 2017 para 48 em 2024. Já os de alto risco tiveram um salto ainda mais expressivo de 545%, aumentando de 20 para 129 no mesmo período. As rodovias BR-163 e BR-070 lideram em vulnerabilidade, registrando 287 e 234 pontos de risco, respectivamente.
Postos de combustíveis lideram locais de risco em Mato Grosso
Os postos de combustíveis às margens das rodovias são apontados como os locais mais propensos à exploração sexual infantil em Mato Grosso, seguidos por hotéis, motéis e outros estabelecimentos comerciais.
De 2017 a 2024, foram identificados 1.056 pontos vulneráveis no estado, sendo 11% classificados como críticos e 20,9% de alto risco.
Barra do Garças lidera o ranking de municípios com maior concentração de pontos vulneráveis, somando 51 locais de risco. Primavera do Leste aparece logo atrás com 50, seguida por Sinop (46), General Carneiro e Pontes e Lacerda (41 cada). A capital Cuiabá tem 24 pontos de exploração mapeados, concentrados principalmente nas BRs 070, 364 e 163.
Expansão nacional do Projeto Mapear
Desde 2009, o Projeto Mapear reúne esforços da PRF e da Childhood Brasil para monitorar e combater a exploração sexual infantil nas rodovias federais. A 10ª edição do estudo mapeou 17.687 pontos vulneráveis em todo o país, um aumento de 83,2% em relação ao biênio anterior.
O objetivo da iniciativa é fornecer dados detalhados sobre as áreas de risco, permitindo ações preventivas e repressivas mais eficazes. Em Mato Grosso, os números alarmantes reforçam a necessidade de atuação conjunta entre órgãos públicos e sociedade para proteger crianças e adolescentes desse tipo de violência.