Comissão aprova projeto para autorizar o uso do fungicida carbendazim em agrotóxicos

Proposta anula decisão da Anvisa que prevê redução gradual do produto nas atividades brasileiras

Fonte: Agência Câmara de Notícias

agrotoxico a base de carbendazim
Foto: IndeaMT

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 312/22 , que autoriza o uso do fungicida carbendazim em produtos agrotóxicos no Brasil.

Na prática, o PDL anula a Resolução 739/22, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que decidiu pela redução gradual do carbendazim em lavouras brasileiras, até a conclusão do processo de reavaliação toxicológica do produto, iniciado em 2019.

O carbendazim está entre os 20 agrotóxicos mais usados ​​no País, de acordo com a Anvisa. O produto é amplamente utilizado em plantações de algodão, cana-de-açúcar, cevada, frutas cítricas (laranja, limão), feijão, maçã, milho, soja e trigo. No entanto, um relatório elaborado por técnicos da agência aponta evidências de que o carbendazim é cancerígeno, sendo impossível definir uma dosagem segura para o uso do produto.

Autor do projeto que anula a decisão da Anvisa, o deputado José Mario Schreiner (MDB-GO) considera a suspensão repentina da importação, produção, distribuição e distribuição do carbendazim no País um problema para toda a cadeia produtiva do agronegócio.

De acordo com a relatora, deputada Marussa Boldrin (MDB-GO), o uso do carbendazim contribui significativamente para a manutenção da produtividade agrícola, que é ainda mais crucial em um momento de crescentes desafios alimentares globais. “A suspensão abrupta da produção, importação e uso deste ingrediente, sem um plano de substituição, pode causar interrupções significativas na cadeia de suprimentos agrícolas, com aumento de custos de produção e preços de alimentos”, disse.

Boldrin acredita que a decisão da Anvisa foi tomada sem estudos técnicos e científicos robustos que embasem a classificação. Ela disse que a proibição contraria a lei que criou a agência ( Lei 9.782/99 ), que prevê estudos de impacto econômico e técnico no setor regulado e de impacto na saúde pública. “Os impactos potenciais dessa exclusão na cadeia produtiva agrícola, no meio ambiente e na economia do País como um todo relatório de um exame detalhado, baseado em evidências científicas e em análises de impacto econômico”, afirma.

Próximos passos

O projeto ainda será analisado pelas comissões de Segurança Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, segue para o Plenário.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.