Um novo estudo do Instituto Sou da Paz revela um quadro alarmante da violência em Mato Grosso. O estado se destaca como o campeão de homicídios por arma de fogo na região Centro-Oeste, com uma taxa de 34,9 mortes para cada 100 mil homens. A situação se agrava ainda mais quando se analisa a questão racial: a taxa de homicídios entre homens negros é de 39,9, evidenciando um grave problema de racismo estrutural.
A pesquisa aponta que, enquanto as capitais brasileiras, em geral, apresentam taxas mais elevadas de homicídios, em Mato Grosso o interior do estado concentra os maiores índices de violência. Essa inversão de tendência é resultado da estabilização das disputas entre facções criminosas nas cidades maiores e da intensificação das atividades policiais no interior, que, paradoxalmente, parecem ter impulsionado o aumento da violência.
A crise da segurança pública em Mato Grosso exige medidas urgentes e eficazes para combater a violência e garantir a segurança da população, especialmente da população negra.
Os dados apresentados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam uma tendência positiva no Brasil: a redução dos homicídios desde 2018. No entanto, essa redução geral mascara disparidades significativas entre as regiões e grupos populacionais.
Principais pontos da violência em Mato Grosso e outras regiões:
- Prevalência de homicídios de pessoas negras: Apesar da queda geral, o perfil das vítimas continua sendo marcado pela violência contra a população negra, que sofre com taxas desproporcionalmente altas de homicídio.
- Regionalização da violência: As regiões Norte e Nordeste concentram a maior parte dos homicídios no país, com taxas significativamente superiores à média nacional. O Centro-Oeste, embora tenha uma proporção menor de casos, apresenta a terceira maior taxa, com destaque para o estado de Mato Grosso.
- Armas de fogo: As armas de fogo continuam sendo o principal instrumento utilizado nos homicídios, especialmente nas regiões com maiores taxas de violência.
Mesmo com a redução observada nos últimos anos, o perfil das vítimas segue similar, com prevalência de homicídios de pessoas negras.