A violência em Mato Grosso nos últimos anos foi impulsionada pelas facções criminosas e tráfico de drogas no estado. Um estudo recente do Instituto Sou da Paz revela que o estado enfrenta um processo alarmante de interiorização da violência, especialmente nas regiões dominadas por facções criminosas.
A capital, Cuiabá, destaca-se como um ponto estratégico para o tráfico de drogas devido à sua localização geográfica, servindo como rota para o transporte de entorpecentes. A disputa histórica entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho tem intensificado os índices de homicídios, colocando Mato Grosso como o estado do Centro-Oeste com a maior taxa de homicídios masculinos por arma de fogo.
Entre as vítimas, a desigualdade racial é evidente: homens negros têm quase o dobro de chances de serem assassinados em comparação aos brancos.
Este cenário alarmante evidencia a necessidade urgente de ações integradas entre forças de segurança, políticas públicas e investimentos em educação para conter o avanço do crime organizado.
Interiorização da violência em Mato Grosso
A pesquisa realizada pelo Instituto Sou da Paz aponta que a interiorização da violência armada em Mato Grosso está diretamente ligada ao tráfico de drogas e à disputa por território entre facções criminosas.
Cuiabá, pela sua posição estratégica, tornou-se uma zona de conflito entre o PCC e o Comando Vermelho, com ambos disputando o controle das rotas de transporte de entorpecentes.
Desde 2016, a presença consolidada do Comando Vermelho na capital contribuiu para a sofisticação das operações criminosas e para o aumento da violência.
Impacto na população e desigualdade racial
O estudo evidencia que a violência armada afeta principalmente homens negros, que são quase duas vezes mais propensos a serem vítimas de homicídios por arma de fogo em relação aos homens brancos.
Essa desigualdade racial se reflete tanto na capital quanto nas áreas interioranas do estado. Além disso, a alta disponibilidade de armas de fogo e a crescente demanda por drogas são fatores que agravam ainda mais a situação de insegurança.
As forças de segurança têm intensificado ações para combater o crime organizado, mas as facções demonstram resiliência, adaptando suas estratégias para evitar a repressão policial.
Para enfrentar esse problema, especialistas destacam a necessidade de políticas públicas abrangentes que envolvam não apenas segurança, mas também investimentos em educação, geração de empregos e redução das desigualdades sociais.