A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF) de Rondonópolis, Mato Grosso, em uma complexa operação de investigação, desmantelou uma sofisticada associação criminosa especializada na fraude de medidores de energia elétrica.
Batizada de Operação Cattus e deflagrada em 2022, essa ação resultou no indiciamento de 10 pessoas por crimes como estelionato, receptação, furto e associação criminosa.
Esse esquema criminoso se aproveitava da participação de funcionários de empresas terceirizadas da concessionária de energia, que facilitavam a adulteração dos medidores de forma minuciosa, utilizando equipamentos eletrônicos para impedir o registro correto do consumo de energia.
As fraudes tinham grande impacto econômico para a concessionária, causando prejuízos significativos e afetando a sociedade como um todo. A operação, além de ser um marco no combate às fraudes de energia, chama a atenção para a importância de ações conjuntas que visem proteger o patrimônio público e evitar novas perdas.
O esquema criminoso funcionava de maneira organizada e envolvia a manipulação de medidores de energia, de forma que parte ou todo o consumo de energia não fosse registrado. Funcionários de empresas terceirizadas da concessionária de energia facilitavam as fraudes, permitindo que a quadrilha acessasse e adulterasse os medidores com equipamentos eletrônicos especializados. O principal objetivo da organização era reduzir o consumo de energia de clientes que contratavam o serviço fraudulento, gerando prejuízo para a concessionária.
Principais clientes e prejuízos identificados
Uma das vítimas mais expressivas desse esquema foi uma rede de lojas de salgados em Rondonópolis, que teria fraudado seus medidores em várias unidades, acumulando um prejuízo estimado em R$ 116.839,82 para a concessionária.
Além da rede de salgados, um lava jato também foi identificado como cliente do esquema criminoso, se beneficiando das fraudes promovidas pela quadrilha.
A estimativa é que o esquema tenha gerado um rombo de 728 mil gigawatts em 2023, representando cerca de 14% das chamadas perdas não técnicas de energia no estado de Mato Grosso.
Extorsão e simulação de fiscalizações
Além da fraude nos medidores, as investigações da Operação Cattus revelaram que a quadrilha realizava falsas fiscalizações da concessionária.
Durante essas “inspeções”, os criminosos exigiam dinheiro de consumidores que também utilizavam medidores adulterados, configurando extorsão. Esse esquema de simulação de fiscalização ampliava os lucros da organização criminosa, além de intimidar os consumidores envolvidos na fraude.
Resultados da operação e medidas preventivas
Com a deflagração da Operação Cattus, a Polícia Civil conseguiu prender os envolvidos e apreender equipamentos eletrônicos utilizados na fraude, desmantelando uma organização criminosa estruturada que agia de forma discreta e sofisticada. A prisão dos envolvidos e o prosseguimento das investigações visam garantir que a quadrilha seja desarticulada por completo, evitando novos prejuízos à concessionária e à sociedade. A operação demonstra o compromisso das autoridades em proteger o patrimônio público e combater fraudes de grande impacto.
Fraudes como as descobertas pela Operação Cattus geram um impacto financeiro significativo, uma vez que o prejuízo recai sobre a concessionária e, por consequência, nos consumidores finais, que podem sofrer com o aumento nas tarifas para cobrir perdas.
A Polícia Civil de Mato Grosso reforça a importância da colaboração da população para denunciar práticas suspeitas, ajudando a combater crimes que afetam toda a sociedade. Informações anônimas podem ser repassadas pelo disque-denúncia, contribuindo para a segurança e transparência nos serviços de energia elétrica no estado.