Em uma decisão inédita, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) determinou a interdição ética das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Pediátrica e Neonatal, além do alojamento e da sala de parto da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis.
A medida, aprovada por unanimidade em reunião realizada nesta segunda-feira (11), foi motivada por uma série de irregularidades e pela falta de condições mínimas para a segurança dos pacientes.
A decisão do CRM-MT representa um alerta grave para a situação da saúde pública na cidade. A interdição ética impede que médicos exerçam suas atividades nas áreas afetadas, colocando em risco a vida de recém-nascidos e crianças.
Irregularidades encontradas pela fiscalização do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso, estão:
- Falta de profissionais: Os médicos estão trabalhando sem receber salários há quatro meses, o que tem levado à escassez de profissionais qualificados nas unidades.
- Condições de trabalho precárias: Profissionais relatam jornadas exaustivas de trabalho, sem descanso adequado, e falta de insumos básicos para o atendimento aos pacientes.
- Ameaças e assédio: Alguns médicos denunciaram ter sofrido ameaças e assédio por parte da direção da unidade.
- Gestão inadequada: A direção da Santa Casa foi acusada de má gestão dos recursos financeiros e de priorizar o pagamento de outras empresas em detrimento dos salários dos médicos.
O presidente do CRM-MT, Diogo Sampaio, destacou a gravidade da situação e a necessidade de agir de forma rápida e decisiva. “Não podemos permitir que a saúde da população seja colocada em risco por causa da negligência da gestão da Santa Casa”, afirmou Sampaio.
A interdição ética das UTIs representa um duro golpe para a população de Rondonópolis, que depende da Santa Casa para o atendimento de urgência e emergência. A medida deve gerar grande repercussão e pressionar as autoridades a buscarem uma solução urgente para a crise.