Uma investigação do Ministério Público de Mato Grosso e da Polícia Judiciária Civil (PJC) desvendou um esquema de corrupção que teria desviado milhões de reais dos cofres públicos de diversas prefeituras e câmaras de vereadores. As investigações se concentraram inicialmente no município de Barão de Melgaço, mas os indícios apontam para uma organização criminosa que atuava em todo o estado.
De acordo com o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), responsável pela operação, as investigações iniciaram após a análise de contratos firmados pela Prefeitura de Barão de Melgaço com a empresa Centro América Frotas. As irregularidades encontradas, como suposta adulteração de notas fiscais, utilização de “cartão coringa” para desvio de combustível e prática de sobrepreço, levantaram suspeitas sobre um esquema mais amplo.
As investigações revelaram que um mesmo núcleo familiar controlava quatro empresas que firmaram contratos com mais de 100 municípios mato-grossenses. Algumas dessas empresas sequer possuíam atividade empresarial em funcionamento. Além disso, um dos sócios ocultos das empresas, Edézio Correa, já havia sido denunciado pelo MPE-MT na Operação Sodoma, por envolvimento em um esquema de pagamento de propina.
A análise dos contratos demonstra diferenças exorbitantes de valores em contratações semelhantes, com aumentos de até nove milhões de reais em alguns casos. Os indícios apontam para a existência de uma organização criminosa que atuava de forma sistemática para desviar recursos públicos e enriquecer ilicitamente.
As investigações estão em andamento e novas informações podem surgir nos próximos dias. A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual estão trabalhando para identificar todos os envolvidos no esquema e responsabilizá-los criminalmente.