Quem diria que uma ave de aparência sombria e grasnidos característicos pudesse ser tão inteligente? Os corvos, há muito tempo associados a mitos e lendas, revelam a cada dia mais sobre sua complexa capacidade cognitiva.
Um estudo da Universidade de Washington, liderado pelo professor John Marzluff, trouxe à tona uma habilidade impressionante desses animais: a capacidade de reconhecer rostos humanos e guardar rancor por anos. Os corvos associam determinadas feições a experiências negativas, como ser capturados ou ameaçados. Essa memória duradoura permite que eles transmitam essa informação para outros membros do bando, criando uma espécie de “lista negra” entre os humanos.
Mas as surpresas não param por aí. Um estudo publicado na revista Science, em 2017, revelou que os corvos possuem habilidades cognitivas superiores às de crianças de 4 anos. Essa descoberta desafiou as noções que tínhamos sobre a inteligência animal e colocou os corvos em um patamar nunca antes imaginado.
Os corvos falam!
O que torna os corvos tão inteligentes?
Segundo Can Kabadayi, pesquisador da Universidade de Lund, na Suécia, a inteligência dos corvos é resultado de uma combinação de fatores:
- Cérebro grande: Os corvos possuem um cérebro proporcionalmente grande em relação ao tamanho do corpo, o que lhes confere uma grande capacidade de processamento de informações.
- Vida social complexa: A vida em grupo exige uma comunicação eficaz e a capacidade de resolver conflitos, o que estimula o desenvolvimento cognitivo.
- Necessidade de resolver problemas: A busca por alimento e a necessidade de evitar predadores exigem que os corvos desenvolvam estratégias complexas e criativas.
A inteligência dos corvos nos convida a repensar nossa relação com esses animais. Em vez de serem vistos como criaturas sinistras e portadoras de mau agouro, os corvos devem ser admirados por sua capacidade de aprender, se adaptar e resolver problemas.