As exportações brasileiras de carne suína in natura estão próximas de registrar um novo recorde histórico em outubro de 2024, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Até a terceira semana do mês passado, o volume exportado atingiu 74,92 mil toneladas, com uma média diária de 5,35 mil toneladas, número significativo que reflete a alta demanda e a consolidação do Brasil como um dos principais fornecedores de carne suína no mercado global.
Considerando os 23 dias úteis do mês, a projeção total para outubro é de 123,08 mil toneladas exportadas. Se essa expectativa for confirmada, o volume representará o maior registro da série histórica das exportações nacionais de carne suína in natura, marcando um marco importante para o setor suinícola brasileiro.
A elevação no volume exportado ocorre em um contexto de alta demanda, sobretudo pelas compras antecipadas de países importadores, que buscam garantir estoque para atender ao período de festividades de fim de ano. Tradicionalmente, as celebrações de fim de ano aumentam a procura por carne suína em mercados como Ásia, Europa e América Latina, levando compradores a ampliar os pedidos e a antecipar as encomendas.
O desempenho favorável das exportações de carne suína é impulsionado não apenas pela época do ano, mas também pela crescente competitividade da carne brasileira no cenário internacional. Nos últimos anos, o setor vem investindo em aprimoramentos sanitários e em certificações de qualidade, o que fortaleceu a posição do Brasil como um exportador confiável e qualificado para atender a demandas rigorosas de mercados exigentes, como o chinês e o japonês.
Além do fator sazonal, especialistas do setor apontam para um cenário positivo para a carne suína brasileira devido à sua competitividade de preços em comparação com outras proteínas, como a carne bovina. Em muitos mercados internacionais, a carne suína se apresenta como uma opção acessível e versátil, especialmente em tempos de inflação e restrições orçamentárias para consumidores globais.
A expectativa de recorde histórico nas exportações de carne suína reflete, ainda, o impacto das recentes estratégias de expansão do mercado brasileiro, que incluem o fortalecimento das relações comerciais com países como China, Hong Kong, Chile e outros importantes parceiros comerciais. Estes países representam os principais destinos da carne suína brasileira, sendo que a China continua a ser o maior comprador, respondendo por uma parcela substancial das exportações.
O aumento do volume exportado de carne suína tem, inclusive, colaborado com a recuperação do setor suinícola, que enfrentou desafios econômicos e logísticos nos últimos anos. Em meio às dificuldades impostas pela pandemia, o setor soube reposicionar-se e desenvolver estratégias para atender à demanda mundial, resultando em um aumento constante das exportações e no fortalecimento da posição do Brasil no mercado global.
O recorde que deve ser registrado ao final de outubro será não apenas um reflexo da demanda internacional, mas também um símbolo do êxito da cadeia produtiva da carne suína no Brasil. Desde a criação dos animais até o processamento, embalagem e exportação, o setor tem conseguido manter padrões de excelência e qualidade, que são cruciais para a manutenção e expansão do mercado externo.