Mato Grosso, com quase 4 mil casos registrados apenas em 2024, detém a maior taxa de detecção de hanseníase no país. Em resposta ao cenário alarmante, um seminário intitulado “Construindo Ações para Mato Grosso Livre da Hanseníase” será realizado nos dias 4 e 5 de novembro, reunindo especialistas locais e nacionais para debater estratégias de combate à doença.
O estado, que se destaca em produção agrícola e exportação de commodities, também lidera as estatísticas de uma doença que já foi erradicada em muitos países. O conselheiro Sérgio Ricardo enfatizou a contradição entre a prosperidade econômica de Mato Grosso e os altos índices de hanseníase, destacando que é urgente identificar os focos da doença e as razões para sua persistência no estado.
O seminário trará uma programação diversificada com painéis temáticos sobre diagnóstico, tratamento, controle e prevenção da hanseníase, além de debates e o lançamento do livro “Hanseníase no Brasil: Mato Grosso em Foco”, do médico sanitarista Nésio Fernandes de Medeiros Júnior. Especialistas também discutirão o uso de novas tecnologias no combate à doença e a importância da educação permanente para erradicar a hanseníase.
A expectativa é que o evento mobilize gestores, profissionais da saúde e a sociedade em geral para reverter o triste ranking em que Mato Grosso se encontra, buscando uma solução definitiva para esse grave problema de saúde pública.
Como prevenir a Hanseníase?
A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Sua prevenção envolve algumas ações importantes tanto para evitar o contágio quanto para reduzir sua disseminação. Veja abaixo algumas formas de prevenir a hanseníase:
1. Diagnóstico e Tratamento Precoce
- Detecção rápida: A principal forma de prevenir a hanseníase é através do diagnóstico e tratamento precoce. Quando uma pessoa infectada é tratada rapidamente, o risco de transmissão para outros é drasticamente reduzido.
- Gratuidade do tratamento: O tratamento, que é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), impede que a pessoa transmita a bactéria e também ajuda a evitar complicações graves, como deformidades.
2. Vacinação (BCG)
- A vacina BCG, normalmente usada contra a tuberculose, também oferece alguma proteção contra a hanseníase. É recomendada principalmente para pessoas que vivem em áreas de risco ou que convivem com indivíduos diagnosticados com a doença.
3. Evitar Contato Prolongado com Pessoas Não Tratadas
- A hanseníase é transmitida principalmente por meio do contato próximo e prolongado com uma pessoa infectada que não está em tratamento. Evitar contato íntimo ou frequente com quem não está sendo tratado é essencial.
4. Exames de Contato
- Pessoas que convivem ou mantêm contato próximo com alguém diagnosticado com hanseníase devem ser examinadas regularmente. Isso inclui familiares e colegas de trabalho que podem ter tido exposição prolongada.
5. Conscientização e Educação
- Informação: A educação sobre os sinais e sintomas da hanseníase ajuda na detecção precoce. A conscientização em escolas, centros de saúde e comunidades é fundamental.
- Reduzir o estigma: A hanseníase ainda carrega estigmas sociais. Combater esses preconceitos ajuda a encorajar as pessoas a procurarem tratamento o mais rápido possível.
6. Sinais e Sintomas de Alerta
- Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele com perda de sensibilidade ao toque, ao calor ou à dor devem ser investigadas. Dormência nas extremidades e perda de força muscular também são sinais importantes.
7. Melhoria das Condições de Vida
- Melhorar as condições de higiene, saneamento e nutrição pode ajudar a reduzir o risco de hanseníase, especialmente em áreas onde a doença é mais prevalente.
8. Monitoramento de Áreas Endêmicas
- Autoridades de saúde devem continuar monitorando e agindo em áreas onde há alta incidência da doença, promovendo campanhas de vacinação, diagnóstico e tratamento.
Ao seguir essas medidas de prevenção e garantir que a doença seja diagnosticada e tratada precocemente, a hanseníase pode ser controlada e, eventualmente, erradicada em regiões como Mato Grosso, onde os índices ainda são elevados.