As obras de dragagem no Rio Paraguai, no trecho entre Cáceres (Mato Grosso) e Corumbá (Mato Grosso do Sul), avançam a passos largos, com o objetivo de ampliar a navegabilidade e atender aos interesses do agronegócio e da mineração.
No entanto, o projeto tem gerado grande preocupação entre ambientalistas e pesquisadores, que alertam para os possíveis impactos irreversíveis ao Pantanal.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já removeu mais de 110 mil metros cúbicos de sedimentos em diversos pontos críticos do rio, e os trabalhos devem continuar até dezembro. A intenção é garantir a profundidade adequada do canal de navegação para permitir a passagem de embarcações maiores e mais pesadas.
Impactos ambientais em Mato Grosso e MS
A construção da hidrovia no Rio Paraguai pode trazer uma série de consequências negativas para o Pantanal, como:
- Redução da umidade: A aceleração do escoamento da água pode levar à diminuição da umidade no Pantanal, afetando a fauna e a flora da região.
- Alteração do regime hídrico: A dragagem pode alterar o regime hídrico do rio, com impactos na reprodução de peixes e na disponibilidade de água para as comunidades locais.
- Degradação do solo: As obras de dragagem podem causar erosão do solo e assoreamento de outros cursos d’água.
- Aumento da poluição: A atividade de dragagem pode aumentar a turbidez da água e a concentração de sedimentos, afetando a qualidade da água e a vida aquática.
Ameaça ao Pantanal de Mato Grosso
A Associação para a Biologia Tropical e Conservação (ATBC) emitiu uma resolução solicitando o cancelamento do projeto da hidrovia, alertando para os riscos de secagem do Pantanal e de impactos irreversíveis ao ecossistema.
O Dnit afirma que o projeto de dragagem é essencial para o desenvolvimento da região e que todas as medidas ambientais estão sendo adotadas para minimizar os impactos. No entanto, os ambientalistas questionam a eficácia dessas medidas e alertam para os riscos a longo prazo.