As exportações brasileiras de suco de laranja começaram a temporada 2024/25 com uma expressiva desaceleração. Em julho, foram exportadas 53,4 mil toneladas de suco de laranja em equivalente concentrado, o que representa uma queda de 38% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Comex Stat analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Esse cenário já era previsto pelos especialistas, dado que a oferta da commodity no Brasil está restrita. A produção de laranja nas principais regiões produtoras, como o estado de São Paulo e o Triângulo Mineiro, foi reduzida, afetando diretamente o volume disponível para exportação.
Paralelamente à queda nas exportações, o Brasil tem registrado volumes recordes na importação de laranja in natura. De janeiro a julho de 2024, o país importou 34,8 mil toneladas da fruta, um aumento de 87% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse aumento nas importações é impulsionado pela escassez interna e pelos elevados preços das laranjas no mercado nacional.
A combinação desses fatores reflete o desequilíbrio atual entre a oferta e a demanda no setor de citricultura do Brasil, o maior exportador mundial de suco de laranja. Com a redução da produção interna, as expectativas para o restante da temporada permanecem incertas, e o país poderá enfrentar desafios adicionais para manter sua posição de liderança no mercado global.