Na sexta-feira (09/08), o Sistema Fiemt recebeu a 20ª edição do Dia Nacional do Campo Limpo (DNCL), evento que destacou o compromisso do setor agroindustrial com práticas mais sustentáveis. Com o tema “Comemorando juntos as conquistas de todos”, a celebração reconheceu os impactos positivos do Sistema Campo Limpo, o programa brasileiro de logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas.
Gerido pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), o programa tem se consolidado como uma referência mundial em logística reversa. O instituto, sem fins lucrativos, celebra ainda o marco de mais de 754 mil toneladas de embalagens vazias destinadas de forma ambientalmente correta desde 2002, contribuindo para a redução de 1,05 milhão de toneladas de CO² emitidas.
Em 2023, mais de 53,2 mil toneladas de embalagens foram destinadas corretamente. Hamilton Rondon, coordenador regional e institucional do Inpev, destacou o papel de Mato Grosso neste cenário: “O estado representa cerca de 30% de toda a devolução de embalagens de agroquímicos do país, demonstrando a força do agro mato-grossense e o compromisso do setor com a sustentabilidade.”
Destacando o trabalho realizado pelo Inpev, o presidente do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Sistema Fiemt), Silvio Rangel, afirmou que outros setores econômicos precisam se inspirar no trabalho do instituto para realizar a logística reversa de seus produtos. “O que o Inpev faz é inspirador: por meio dessa iniciativa, as embalagens que antes eram problema, hoje geram renda em várias esferas, desde familiar até industrial”, afirmou.
Mais do que um dos principais produtores de grãos, plumas e proteína animal do mundo, Mato Grosso também é referência na reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas. No estado, por exemplo, as embalagens são transformadas em materiais para obras de infraestrutura.
“O que antes era considerado lixo e gerava um grande problema para o meio ambiente, a Plastibras transforma esses resíduos de embalagens em dutos corrugados e drenos para obras de infraestrutura, usados em vários países da América Latina, com alta qualidade e atendendo padrões internacionais”, afirmou o diretor da Fiemt e empresário industrial, Adilson Valera.
A representante do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea MT), Ana Paula Vicenzi, reforçou a importância da fiscalização no processo, mencionando que sem a logística reversa, o sistema agrícola poderia entrar em colapso devido à alta quantidade de embalagens geradas.
“A atuação conjunta entre o poder público e o setor privado é essencial para evitar danos ambientais significativos, já que a quantidade de embalagens geradas para manter a nossa grande produção é bastante elevada.” explicou.
Exemplo mundial
O Brasil é exemplo de sustentabilidade para o mundo e é o único país que faz a economia circular das embalagens de defensivo de forma completa. Em Mato Grosso não é diferente: os produtores têm alto nível de conscientização e devolvem as embalagens para que elas possam ser recicladas pela indústria.
O programa brasileiro de logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas tem reconhecimento mundial. Conforme o Inpev, enquanto o país recicla 94%, a Europa processa 8% e os Estados Unidos menos de 50%. Os bons índices nacionais refletem o trabalho conjunto dos setores público e produtivo.