O futuro de Mato Grosso está sob a mira da mineração. Em um ritmo acelerado, empresas e garimpeiros cobiçam 23,8% do território do estado, uma área equivalente a duas vezes o tamanho de Portugal mais 20 cidades de São Paulo. Esse frenesi por minerais como ouro, cobre, diamante, manganês e chumbo gera impactos socioambientais alarmantes e coloca em risco os direitos das populações tradicionais.
O avanço da mineração em Mato Grosso é impulsionado por diversos fatores. Entre os principais, destaca-se a postura do governo estadual, que incentiva a exploração “do potencial mineral” do estado, buscando aumentar a arrecadação através da Contribuição Financeira por Exploração Mineral (CFEM).
Além disso, a Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat) tem agilizado análises de pedidos e flexibilizado medidas de licenciamento ambiental, facilitando o processo para empresas e garimpeiros.
Estratégias para driblar a lei em Mato Grosso
As grandes empresas costumam utilizar informações sobre estudos de potencial de jazidas minerais para solicitar vários processos que ocupam grandes áreas.
Já as cooperativas de garimpeiros apresentam pedidos contíguos de Requerimentos de Lavra Garimpeira (RLG), formando grandes áreas de exploração na prática.
Consequências devastadoras para o meio ambiente e as populações tradicionais
A expansão desenfreada da mineração em Mato Grosso está gerando consequências devastadoras para o meio ambiente e as populações tradicionais. A contaminação de corpos d’água, a destruição do solo e da vegetação, o desmatamento e a perda de locais históricos e culturais são apenas alguns dos impactos negativos.
Além disso, o aumento da violência devido ao envolvimento do crime organizado nas atividades garimpeiras gera um clima de medo e insegurança nas comunidades locais.