Na sexta-feira, 21 de junho, um vereador de 49 anos foi preso em flagrante, acusado de praticar violência psicológica, ameaça e cárcere privado contra sua esposa. A vítima, de 42 anos, denunciou os abusos à Delegacia de Ribeirão Cascalheira, localizada a 781 km de Cuiabá.
As investigações começaram após a vítima procurar a delegacia e relatar os abusos sofridos. Segundo ela, o marido a agredia fisicamente, proibia de sair sozinha e de utilizar meios de comunicação. Os fatos ocorreram ao longo de um tempo, mas a mulher não havia denunciado antes devido às constantes ameaças de morte.
A vítima descreveu que era agredida com pancadas na cabeça, insultos e ameaças contínuas. Nos últimos seis meses, o vereador a mantinha em cárcere privado, instalando câmeras de segurança na residência e posicionando pessoas na rua para vigiá-la.
No dia 14 de junho, a mulher foi novamente agredida e tentou pedir ajuda a um familiar. No entanto, o marido descobriu e a torturou. Existem diversos vídeos documentando as agressões cometidas pelo vereador.
Na quinta-feira, 20 de junho, enquanto retornavam de uma reunião política, o vereador ameaçou a esposa por ela ter dado atenção a outras pessoas. As ameaças continuaram na sexta-feira, levando a vítima a procurar a polícia.
Com base nas informações fornecidas pela vítima e na coleta de evidências, os policiais de Ribeirão Cascalheira realizaram diligências que resultaram na prisão em flagrante do vereador. Ele foi conduzido à delegacia, interrogado e autuado por violência doméstica, sem direito a fiança. Posteriormente, foi colocado à disposição da Justiça.
O delegado Diogo Jobane esclareceu que a imunidade parlamentar do investigado é restrita a atos, palavras e gestos no exercício da função legislativa. No entanto, neste caso, ele estava cometendo um crime comum, estando sujeito às mesmas penalidades que qualquer outra pessoa.
“Diante do crime de violência doméstica, os rigores da Lei Maria da Penha se aplicam integralmente, visando proteger as vítimas mais vulneráveis”, afirmou o delegado.
A prisão do vereador reflete a aplicação rigorosa da Lei Maria da Penha, reafirmando o compromisso das autoridades em proteger as vítimas de violência doméstica e punir os agressores, independentemente de suas posições ou funções.
